Durante a Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a resistência antimicrobiana (RAM), ocorrida ontem, 26 de setembro, a ministra da saúde, Sílvia Lutukuta, destacou os esforços de Angola para enfrentar a resistência antimicrobiana (RAM), uma ameaça crescente à saúde global. Segundo a ministra, o país está a intensificar o monitoramento do uso de antimicrobianos e dos padrões de resistência nos setores da saúde humana, animal e ambiental, com foco em dados em tempo real para orientar políticas públicas.
Sílvia Lutukuta, frisou que o combate à RAM exige mais do que medidas técnicas, sendo vital promover a conscientização pública desde cedo e capacitar profissionais de saúde, veterinária e agricultura sobre o uso correto de antimicrobianos. A mesma também salientou que o governo está a investir em laboratórios de microbiologia mais modernos para detectar infecções resistentes, além de expandir serviços veterinários e laboratoriais no setor agrícola para controlar o uso de antibióticos em animais.
O discurso da ministra ressaltou que, para além de políticas nacionais, é necessária uma colaboração multissetorial e internacional. Com uma abordagem “Uma Só Saúde”, Angola visa coordenar esforços entre os setores de saúde, agricultura e meio ambiente, em parceria com organizações como a OMS e FAO, para a partilha de boas práticas e o desenvolvimento de estratégias conjuntas.
A resistência bacteriana pode causar um impacto devastador, com estudos recentes da The Lancet prevendo que mais de 39 milhões de mortes podem ocorrer até 2050 se a RAM não for controlada.
Por: Humberto Serviço