Um estudo promissor realizado por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis descobriu que uma bactéria intestinal comum, chamada Ruminococcus gnavus, pode melhorar significativamente a eficácia da imunoterapia contra o câncer em camundongos. A descoberta abre novas portas para o desenvolvimento de terapias inovadoras que combinam probióticos com imunoterapia para combater o câncer de forma mais eficaz.
A imunoterapia, uma abordagem no tratamento do câncer, utiliza o próprio sistema imunológico do corpo para atacar e destruir tumores. Apesar do sucesso notável em alguns tipos de câncer, como o de pulmão e o melanoma, a imunoterapia nem sempre é eficaz para todos os pacientes.
Os pesquisadores ainda estão desvendando os mecanismos exatos pelos quais o Ruminococcus gnavus aumenta a resposta à imunoterapia. Uma das hipóteses é que a bactéria produza metabólitos durante a digestão dos alimentos que ativam o sistema imunológico e aprimoram sua capacidade de combater tumores. Outra possibilidade é que a bactéria influencie diretamente as células T intestinais, induzindo-as a migrar para os tumores e atacá-los.
O estudo, publicado na revista Science Immunology em 17 de maio, demonstra que a presença de Ruminococcus gnavus no intestino dos ratos amplificou consideravelmente os efeitos da imunoterapia, levando à eliminação completa de tumores em alguns casos. Essa descoberta abre caminho para o desenvolvimento de probióticos contendo R. gnavus como um complemento à imunoterapia, potencialmente beneficiando um número maior de pacientes com câncer.
A equipe de pesquisa planeja continuar investigando os mecanismos subjacentes à interação entre R. gnavus e a imunoterapia contra o câncer. Eles também pretendem realizar estudos em humanos para avaliar a segurança e a eficácia de probióticos contendo R. gnavus como complemento à imunoterapia em pacientes com câncer.
As descobertas deste estudo representam um passo significativo no aprimoramento da imunoterapia contra o câncer. A potencialização da imunoterapia através de probióticos à base de Ruminococcus gnavus tem o potencial de beneficiar um número maior de pacientes, expandindo o alcance dessa terapia inovadora e salvando mais vidas.
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