Um marco importante foi alcançado hoje na jornada da África para se tornar autossuficiente em vacinas por intermédio da Aliança Global para Vacinas e Imunização (Gavi), com o lançamento de um novo fundo de 1,2 mil milhões de dólares chamado “Acelerador Africano de Fabricação de Vacinas” (AVMA). A iniciativa, anunciada no Fórum Mundial sobre Inovação e Soberania das Vacinas, em Paris, visa impulsionar a produção local de vacinas e reduzir a dependência do continente de importações onerosas.
O AVMA recebeu um forte apoio da comunidade internacional, com a Comissão Europeia contribuindo com a maior parte do financiamento, equivalente a três quartos do total. Alemanha, França, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Japão e Fundação Bill Gates também se comprometeram com doações significativas.
Na cimeira estiveram presentes quatro líderes africanos (Botswana, Ruanda, Senegal e Gana), ministros e representantes de organizações internacionais, empresas farmacêuticas, institutos de investigação
Combate à Desigualdade no Acesso às Vacinas
O novo fundo surge após as gritantes desigualdades no acesso às vacinas durante a pandemia de COVID-19, que evidenciaram a necessidade urgente de África aumentar sua capacidade de produção de vacinas. Atualmente, o continente importa 99% de suas vacinas, a preços muitas vezes inacessíveis para os países mais pobres.
O AVMA tem como objetivo abordar essa disparidade e colocar África no caminho para produzir 60% das vacinas de que necessita até 2040.
O AVMA vai além da COVID-19, com o objetivo de fortalecer a capacidade de África de produzir vacinas contra uma variedade de 20 doenças. A Aliança Global para Vacinas e Imunização (Gavi) estima que a iniciativa permitirá que mais de mil milhões de crianças sejam vacinadas entre 2026 e 2030.
Embora o AVMA represente um passo significativo, a Gavi ainda precisa de 6 mil milhões de euros adicionais para financiar seus programas de vacinação entre 2026 e 2030. Até o momento, apenas 2,4 mil mihloes de euros foram angariados.
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