A luta contra o cancro da mama na província do Huambo continua a ser uma batalha difícil. Segundo dados recentes, 25 mulheres perderam a vida devido à doença em 6 meses, de um total de 115 pacientes diagnosticadas, que representa uma taxa de mortalidade aproximadamente de 22% da doença, no período citado. As informações foram divulgadas pela secretária provincial da “Associação de Prevenção Contra o Cancro”, Dionísia Altina, no âmbito das jornadas comemorativas do Outubro Rosa.
De acordo com a responsável, dos 115 casos diagnosticados, 73 mulheres precisaram de internamento, cinco abandonaram o tratamento e 38 foram transferidas para o Instituto Angolano de Controlo do Cancro (IACC), em Luanda, onde poderão receber cuidados especializados.
Dionísia Altina reforçou a importância das ações de sensibilização realizadas pela Associação de Prevenção Contra o Cancro, que se estendem durante todo o ano. “Os nossos projectos não se limitam ao Outubro Rosa, mas decorrem de Janeiro a Dezembro. É essencial promover o rastreio precoce, para que a doença seja identificada a tempo e tratada da melhor forma possível desde o início”, destacou.
Panorama do Cancro na Região do Planalto Central
Os desafios na luta contra o cancro não se limitam ao cancro da mama. O Centro de Oncologia do Hospital Geral do Huambo transferiu, ao longo de 2023, 80 pacientes para o IACC. Além disso, o centro controla atualmente 940 doentes com vários tipos de cânceres, dos quais 148 encontram-se internados. Entre os internados, 44 perderam a vida, nove abandonaram o tratamento e 21 tiveram alta e continuam o acompanhamento em regime ambulatório.
Dionísia Altina enfatizou que o rastreio é uma ferramenta crucial na prevenção do cancro, especialmente para mulheres acima dos 40 anos. Contudo, a mesma alerta que a prevenção não deve ser restrita ao público feminino, já que os homens também estão susceptíveis a diferentes tipos de câncer, como o de próstata e pulmão.
Desafios e Oportunidades no Combate ao Cancro
O cenário em Huambo evidencia a necessidade de expandir o acesso a diagnósticos precoces e tratamentos adequados. A fuga de pacientes do tratamento é uma preocupação constante, que compromete o sucesso das terapias.
A médica reforça que a prevenção e o tratamento adequado são as melhores armas contra o cancro e que, quanto mais cedo a doença for identificada, maiores são as chances de sucesso no tratamento. “A saúde é um direito de todos e o combate ao cancro é uma luta contínua. Todos devem estar atentos e procurar ajuda médica sempre que necessário”, concluiu.
Fonte: JA