16 de Maio, 2025

Mais de 500 mil crianças em África morrem anualmente por falta de vacinação, alerta CDC África

Anualmente, mais de 500 mil crianças com menos de cinco anos morrem em África devido a doenças que poderiam ser prevenidas com vacinas, como sarampo, difteria, tétano, poliomielite e tosse convulsa. O alerta foi feito pelo Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África), que destacou a disparidade em relação a outras regiões do mundo, onde essas enfermidades estão quase erradicadas.

Em 2023, apenas 16 países africanos atingiram mais de 90% de cobertura vacinal para imunizações essenciais, como a terceira dose da vacina contra difteria, tétano e tosse convulsa (DTP) ou a primeira dose contra o sarampo. No mesmo ano, o número de crianças não vacinadas (que não receberam nenhuma dose) chegou a 7,9 milhões, um aumento de 16% em comparação com 2019.

Principais obstáculos
Entre os factores que impedem a vacinação em massa estão:

  • Financiamento insuficiente para a saúde pública.
  • Desconfiança em relação às vacinas.
  • Conflitos políticos e instabilidade.
  • Dificuldade de acesso a comunidades remotas.

Países como Nigéria, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Etiópia e Zimbabué registram altas taxas de mortalidade infantil por doenças evitáveis. Além do custo humano, essas enfermidades representam um prejuízo económico estimado em 13 mil milhões de dólares (cerca de 11,4 mil milhões de euros) por ano, sobrecarregando os sistemas de saúde e travando o desenvolvimento económico.

Vacinação em Angola
Angola está entre os dez países com as taxas de vacinação infantil mais baixas do mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Em 2023, apenas 411 mil crianças angolanas foram vacinadas contra a difteria, tétano e tosse convulsa (DTP na sigla em inglês).

Plano para aumentar produção local de vacinas
Atualmente, menos de 1% das vacinas utilizadas em África são produzidas no continente. Para mudar esse cenário, o CDC África estabeleceu a meta de fabricar 60% das vacinas necessárias localmente até 2040. A falta de acesso a vacinas continua a ser a maior dificuldade.

Até 2024, 25 projectos estavam em curso para produção de vacinas no continente, enquanto oito antigénios devem ser pré-qualificados pela OMS e disponibilizados no mercado entre 2025 e 2030.
Fonte: Lusa

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