O Ministério da Saúde (MINSA) anunciou que a Campanha Nacional de Vacinação contra o Cancro do Colo do Útero terá início em Fevereiro de 2025. a campanha visa prevenir a doença e eliminar o seu impacto como problema de saúde pública em Angola. A iniciativa também busca reduzir a morbidade e mortalidade associadas à doença, que afeta mulheres em todo o país. As conclusões foram alcançadas durante o primeiro encontro de coordenação da campanha.
População-Alvo e Metas
A campanha está destinada a meninas com idades entre 9 e 12 anos, abrangendo uma população estimada de 2.136.000 meninas. Dividida em duas etapas principais, a primeira meta é vacinar 95% das meninas matriculadas no sistema de ensino com uma dose da vacina bivalente contra o HPV, enquanto a segunda etapa buscará atingir 80% das meninas fora do sistema escolar.
Estratégia de Implementação
A estratégia da campanha inclui:
- Fase Preparatória: Realização de pré-registo e registo digital de meninas, escolas e equipes de vacinação.
- Postos de Vacinação de Alto Rendimento: Serão criados 75 Postos de Vacinação de Alto Rendimento (PVAR) em todas as províncias.
- Duração: O período de vacinação será de 5 a 10 dias.
A campanha conta com a participação de técnicos dos Departamentos Ministeriais, parceiros internacionais, associações de pais, encarregados de educação e organizações da sociedade civil.
Dados sobre o Cancro do Colo do Útero
De acordo com o Instituto Angolano de Controlo do Cancro, em 2022 foram tratados 915 casos de cancro do colo do útero, representando cerca de 17% do total de casos de cancro no país. As autoridades de saúde alertam que a incidência real pode ser ainda maior devido a limitações nos diagnósticos.
O problema em África é particularmente grave, onde as mulheres têm cinco vezes mais probabilidade de desenvolver e sete vezes mais probabilidade de morrer desta doença em comparação com mulheres de países desenvolvidos. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente, 117.300 mulheres são diagnosticadas com cancro do colo do útero em África, e mais de 76.000 morrem devido à doença.
Segurança e Eficácia da Vacina
A vacina utilizada na campanha foi pré-qualificada pela OMS, sendo considerada altamente eficaz e segura. Em escala global, mais de 50 milhões de doses já foram administradas sem registros de reações adversas significativas.
Embora a Campanha Nacional de Vacinação represente um avanço significativo, os desafios associados ao diagnóstico e tratamento do cancro do colo do útero ainda precisam ser enfrentados. A colaboração contínua entre o governo, organizações não governamentais e a população será vital para garantir que a saúde das mulheres seja uma prioridade contínua, indo além da vacinação.
Por: Humberto Serviço