24 de Janeiro, 2025
OMS alerta para risco de propagação da varíola dos macacos na RDC para países vizinhos
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A Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta sexta feira alertou a preocupação sobre o risco de o vírus da varíola dos macacos, atualmente em surto na República Democrática do Congo (RDC), atravessar as fronteiras para países vizinhos. A porosidade das fronteiras e a propagação de uma nova variante mais mortal estão no centro desta ameaça crescente.

Desde setembro último, a RDC tem enfrentado uma nova variante do Clade, mais especificamente a Clade Ib. Esta nova estirpe mostrou-se particularmente mortal, resultando em 11 mil casos e 445 mortes até agora. A situação é ainda mais grave, pois a nova variante do vírus é transmitida não só pelo contato direto, mas também através do contato sexual entre homens homossexuais, com a epidemia tendo começado entre pessoas que se prostituem.

O impacto desta nova estirpe tem sido devastador, com as crianças sendo gravemente afetadas. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou que a epidemia “não dá sinais de abrandamento”, destacando a urgência de medidas para controlar a propagação do vírus. “Existe o risco de o vírus atravessar as fronteiras e continuar a circular, porque as fronteiras são muito porosas com os países vizinhos”, afirmou Rosamund Lewis, líder técnica da resposta global da OMS.

Risco de Propagação para Angola

A posição geográfica de Angola, compartilhando fronteiras com a RDC, coloca o país em uma situação de risco. As fronteiras porosas entre os dois países facilitam a potencial disseminação do vírus, especialmente com a mobilidade transfronteiriça para atividades comerciais e sociais.

Em decoorências dos casos de varíolas que aumentavam na RDC, no passado dia 3 do més corrente, o Ministério da Saúde reativou o plano contingência para o controlo da doença. Este plano visa implementar ações de prevenção e resposta rápida, incluindo a detecção precoce de casos suspeitos, investigação e confirmação dos mesmos, bem como a identificação e monitorização de contactos. Além disso, está prevista a avaliação contínua da propagação e evolução da epidemia e da eficácia das medidas de controlo adotadas.

Até ao momento, não foram registados casos confirmados de varíola dos macacos em Angola, conforme esclareceu o Ministério da Saúde após exames laboratoriais a um caso suspeito na província da Lunda Norte. As autoridades destacaram a importância de medidas preventivas, como a lavagem frequente das mãos, evitar o contacto com macacos e roedores, e evitar a caça e consumo de carne destes animais.

A ameaça de propagação da varíola dos macacos para Angola devido à situação na RDC é real e iminente. A vigilância contínua, a conscientização pública e a prontidão dos serviços de saúde são cruciais para prevenir uma crise de saúde pública.

Foco Saúde//

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