18 de Abril, 2025

Pesquisa comprova eficácia de novo antibiótico contra gonorreia multirresistente

Pesquisadores das universidades de Konstanz (Alemanha) e Viena (Áustria) anunciaram a descoberta de um novo antibiótico eficaz contra a Neisseria gonorrhoeae, bactéria causadora da gonorreia e classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como patógeno de prioridade crítica devido à sua crescente resistência a medicamentos. O estudo, publicado na renomada revista Nature Microbiology, revela um mecanismo inovador que pode revolucionar o combate a infecções bacterianas.

O antibiótico pertence ao grupo das quinolonas alquiladas (AQs), moléculas originalmente produzidas por bactérias como autodefesa. Os cientistas sintetizaram e modificaram essas substâncias em laboratório, criando uma variante que activa um mecanismo de “suicídio” bacteriano.

– Como funciona? O composto degrada o antitóxico da Neisseria gonorrhoeae, liberando uma toxina que mata a bactéria de forma seletiva.

. – Eficácia comprovada: Testes pré-clínicos em animais demonstraram sucesso contra cepas multirresistentes, sem danos a células humanas ou microrganismos benéficos.

– Sem resistência: Diferente de antibióticos tradicionais, o novo composto não induziu resistência nos experimentos, um avanço crucial.

Gonorreia: Uma Ameaça Global

A gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que afecta milhões anualmente. Casos de supergonorreia resistentes a todos os antibióticos disponíveis têm aumentado, preocupando autoridades de saúde. A OMS alerta que, sem novos tratamentos, infecções comuns podem se tornar intratáveis.

Os pesquisadores destacam que o mecanismo tóxico-antitóxico pode ser adaptado para outros patógenos prioritários, como Mycobacterium tuberculosis (tuberculose) e Klebsiella pneumoniae.

Ensaios clínicos em humanos são necessários para confirmar segurança e eficácia, mas a descoberta já é considerada um marco no desenvolvimento de antibióticos.

A resistência bacteriana causa 1,2 milhão de mortes/ano, segundo a OMS. Se nada for feito, esse número pode chegar a 10 milhões até 2050

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