Em uma iniciativa conjunta, o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África) e a OMS África lançaram um plano de resposta continental para lidar com surtos de varíola dos macacos (mpox), destacando a importância da coordenação e da solidariedade no enfrentamento de emergências de saúde pública. Este plano surge como uma resposta às lições aprendidas durante a pandemia de COVID-19, que evidenciou vulnerabilidades e desigualdades nos sistemas de saúde africanos.
Lições da Pandemia de COVID-19
O prefácio do plano de resposta sublinha que a pandemia da COVID-19 revelou falhas críticas nos sistemas de saúde em África, além de destacar o tratamento desigual do continente em termos de acesso a contramedidas médicas. A crise global também acentuou a necessidade urgente de maior preparação e evidenciou a importância de uma ação rápida e coordenada diante de ameaças emergentes à saúde.
Uma das principais lições aprendidas é que emergências de saúde pública exigem “solidariedade, resiliência e colaboração” entre os países. Com isso em mente, o plano de resposta à varíola dos macacos adota um único mecanismo de coordenação, um orçamento unificado e um sistema de monitoramento e avaliação para garantir uma abordagem harmonizada no continente.
Estrutura do Plano de Resposta
O plano divide os estados-membros africanos em quatro categorias com base no status de varíola dos macacos e no nível de risco:
- Países com Transmissão Sustentada de Humano para Humano: Estes países enfrentam o maior risco e precisam de medidas intensivas para controle e contenção do vírus.
- Países com Casos Humanos Esporádicos ou Reservatórios Zoonóticos Endêmicos: A segunda categoria inclui países com casos esporádicos desde janeiro de 2022 ou aqueles com reservatórios zoonóticos endêmicos. Estes países requerem vigilância contínua e controle rigoroso.
- Países com Necessidade de Maior Prontidão: A terceira categoria abrange países próximos a áreas com transmissão contínua e que necessitam de preparação para evitar a propagação do vírus.
- Países Sem Surtos Atuais ou Próximos: A quarta categoria é composta por países que não estão enfrentando surtos ativos ou estão distantes de um surto, mas que precisam de monitoramento para prevenir novos casos.
Ao adotar-se uma abordagem coordenada e unificada, os países africanos buscam enfrentar a varíola dos macacos com maior eficácia, promovendo a solidariedade e a colaboração necessárias para lidar com esta e futuras ameaças à saúde. A integração de medidas de vigilância, diagnóstico, tratamento, prevenção e vacinação é crucial para a proteção da saúde das populações e para o fortalecimento dos sistemas de saúde no continente.