Em um avanço que pode revolucionar nossa compreensão do cérebro e das doenças neurodegenerativas, um estudo liderado pelo pós-PhD em neurociência, Fabiano de Abreu Agrela, e conduzido no CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito, em conjunto com o Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, demonstrou que é possível aumentar geneticamente a capacidade de aprendizado e memória em camundongos.
A pesquisa, publicada na prestigiosa revista Nature, focou no receptor NMDA, uma proteína cerebral crucial para a formação da memória. Manipulando a subunidade NR2B desse receptor, os cientistas conseguiram criar camundongos transgênicos com habilidades cognitivas aprimoradas, apelidados de “Doogie”, em homenagem ao jovem médico prodígio da TV.
Esses “super-ratos” apresentaram um desempenho significativamente superior em testes de memória e aprendizado, como reconhecimento de objetos, resposta ao medo e navegação espacial. A chave para esse aumento de performance foi a maior atividade dos receptores NMDA no cérebro dos camundongos modificados, o que facilitou a formação de memórias de longa duração.
O Dr. Fabiano explica que “a descoberta não apenas confirma o papel central do receptor NMDA na memória, mas também abre portas para o desenvolvimento de novas terapias para doenças como Alzheimer e Parkinson, além de distúrbios de aprendizagem”. A possibilidade de aprimorar geneticamente as capacidades cognitivas em mamíferos representa um passo importante na busca por desvendar os mistérios da mente humana e abre um leque de possibilidades para o futuro da medicina e da neurociência.
Embora ainda em estágios iniciais, a pesquisa levanta questões éticas e sociais sobre o uso de tecnologias de aprimoramento genético em humanos. O debate sobre os limites da ciência e seus impactos na sociedade certamente se intensificará à medida que avançamos na compreensão do cérebro e de suas capacidades.
(link do estudo: https://www.nature.com/articles/401063a0)