Uma mulher de 34 anos recorreu aos serviços de saúde com história prévia de 3 anos de mudança na cor da pele. No exame físico foi notável máculas hipopigmentadas em um fundo hiperpigmentado que criou uma aparência semelhante a gotas de chiva no peito e nas costas. Vizinhos que bebiam água do mesmo poço apresentavam mudanças semelhantes na pele e, após a realização de exames laboratoriais com água do poço, unhas e cabelo da paciente, o diagnóstico de toxicidade por arsênio foi confirmada. Após 3 meses de acompanhamento médico a paciente apresentou melhoras significativas e sem sequelas.

O arsênio é um elemento químico natural encontrado no solo e água que, quando ingerido em grandes quantidades pode causar problemas neurológicos, cardíacos (e cardiovasculares), respiratórios e aumentar o risco de cancro. A intoxicação por arsênio ocorre, principalmente, através da ingestão de água ou alimentos contaminados.

O tratamento para este tipo de intoxicação envolve a interrupção do contacto com a fonte do agente tóxico (a água e os alimentos contaminados) e, se necessário, o uso de medicamentos para remover o arsênio do corpo.

As consequências deste tipo de intoxicação podem ser graves, duradouras e permanentes. Portanto, é importante estar atento aos sinais de contaminação e tomar medidas preventivas como testar a qualidade da água, ferve-la e coar ou tratar da forma adequada. Além disto, procurar um profissional de saúde para o tratamento e orientações adequadas é o fundamental para o diagnóstico e melhoria do indivíduo intoxicado por arsênio.

Artigo de Óscar Paulo & New England Journal of Medicine.

O melhor método de cuidado, para todos nós e os que amamos, ainda é a prevenção.

Óscar Paulo JR, graduando de Medicina e monitor de Habilidades Clínicas na SLMANDIC – Faculdade São Leopoldo Mandic.
Presidente da Liga de Medicina Intensiva da SLM – Campinas (Dez. 2021 – Jan. 2023).
Tesoureiro da Liga de Cardiologia da SLM – Campinas (Jan 2021 – Jan 2023).
Voluntário e diretor do GEPE da Change 1’s Life AO (2020-2021).