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Magnatas da tecnologia e gurus da longevidade estão usando pílula de transplante de órgãos para reverter o envelhecimento
Curiosidade

Medicamento custa cerca de 2 dólares, entretanto, ainda é necessário mais pesquisas para sua comprovação científica

Medicamento aprovado para impedir que corpos de pacientes transplantados rejeitem os seus novos órgãos pode ser utilizado para reverter o envelhecimento, é o que dizem e defendem magnatas da tecnologia e gurus da longevidade. Entretanto, ainda não há estudos científicos que comprovem a sua eficácia contra o envelhecimento.

Acredita-se que a rapamicina – que custa cerca de US$ 2,30 por comprimido – funciona bloqueando as ações de uma proteína que regula o crescimento e a degradação celular. Então ocorre um processo chamado autofagia, que envolve a reciclagem de células danificadas para evitar o acúmulo de toxinas e outras substâncias nocivas.

Um número crescente de investigadores argumenta que aumenta a esperança de vida e mitiga os riscos de contrair doenças crónicas relacionadas com a idade. Entretanto, os efeitos antienvelhecimento da droga só foram testados em moscas da fruta, ratos e vermes.

Ainda assim, especialistas como Peter Attia, especialista em longevidade, e o empresário americano que quer voltar a ter 18 anos, Bryan Johnson, acreditam que o seu potencial para prevenir a deterioração corporal é grande e digno da atenção dos cientistas.

O FDA aprovou a rapamicina em 1999 como um medicamento antirrejeição para receptores de transplantes de órgãos, mas em 2009, um estudo publicado na Nature e conduzido por médicos de todos os EUA descobriu que quando o medicamento foi administrado a ratos, aumentou a esperança de vida em 14% para as mulheres e em 9% para os homens.

Então, em 2014, especialistas em farmacologia testaram o medicamento em humanos e descobriram que ele realmente fortaleceu o sistema imunológico, provocando uma resposta 20% maior às vacinas contra a gripe.

No ano passado, um inquérito realizado com 504 adultos mostrou que, de 333 pessoas que o tomaram, 65,5% acreditavam que tinha propriedades antienvelhecimento eficazes e quase metade afirmou que a sua saúde tinha melhorado desde que começou a tomar o medicamento. 35% disseram que o seu cérebro “funciona melhor” com a droga e 38% afirmaram que se sentiram mais jovens.

Outros relataram uma série de benefícios, como: redução da ansiedade, melhoria dos relacionamentos, alívio da dor da artrite, melhoria da qualidade do sono e da visão e redução da frequência de ondas de calor relacionadas à menopausa.

A rapamicina é produzida por bactérias do solo na extremamente remota Ilha de Páscoa, localizada no Pacífico Sul, e foi inicialmente usada por suas propriedades antifúngicas. Mais tarde, descobriu-se que tinha efeitos imunossupressores que os médicos sabiam que poderiam beneficiar pacientes transplantados.

“Esta molécula exótica, encontrada apenas num pedaço de terra isolado no meio do oceano, atua quase como um interruptor que inibe um mecanismo celular muito específico que existe em quase tudo o que vive”, disse Peter Attia, que toma rapamicina há pelo menos cinco anos.

O campo é excitante, mas os cientistas alertam que é necessário fazer mais investigação em outras espécies de mamíferos, incluindo humanos, para ter a certeza de que a droga realmente tem os efeitos que os biohackers elogiam.

Dr. Dao-Fu Dai, professor assistente de patologia de rapamicina na Universidade de Iowa Health Care, disse que as descobertas de sua equipe em ratos foram “emocionantes”, mas não conclusivas.

Fonte: Jornal o Globo

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