O secretário de Estado da Saúde para Área Hospitalar pediu, neste domingo, no Namibe, aos profissionais do sector para prestarem uma maior atenção ao problema da nutrição, em especial no Sul do país, que devido à actual situação económica mundial tende a se tornar cada vez mais alarmante.
Leonardo Inocêncio destacou o impacto de projectos como o do Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (Fresan), que têm ajudado a identificar e analisar as principais acções promotoras da saúde e nutrição no país.
O país, referiu, tem tido um “impacto negativo” na economia, com a crise mundial, facto que tem afectado a saúde da população, com efeitos adversos principalmente nas famílias mais vulneráveis, onde têm aumentado os casos de desnutrição, em particular entre as crianças menores de 5 anos e mulheres grávidas.
“Enfrentamos desafios significativos a nível do Sul de Angola em relação à nutrição, especialmente em crianças, cuja taxa de desnutrição é muito alta”, lamentou, além de explicar que várias acções foram realizadas, no último trimestre do ano passado, com o apoio do Fresan nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe, para inverter a situação.
Entre as principais medidas, avançou, consta a formação contínua dos profissionais de Saúde, agentes fundamentais neste processo. Para melhor capacitação dos técnicos, disse, uma nova acção de formação virada especificamente na Atenção Integrada de Doenças da Infância (AIDI) foi realizada, no final de Outubro do ano passado, para mais de 30 profissionais.
A formação, sustentou, tem seguido os protocolos internacionais, com referências sobre as melhores medidas para recuperação rápida da má nutrição a nível das crianças. “Vários profissionais foram formados para combater a má nutrição e a desnutrição e melhorar os indicadores de nutrição”.
O Ministério, garantiu, também está a ajudar na formação no local de serviço dos profissionais que estão na cadeia de assistência e prevenção da má nutrição. “É preciso, também, trabalhar mais na educação alimentar, através das mães que precisam de começar a garantir o aleitamento materno exclusivo até os primeiros seis meses”.
A nível das comunidades rurais, disse, o Ministério da Saúde começou um programa especial de alimentação, que inclui refeições a nível das comunidades. “A iniciativa tem ajudado muitas das crianças locais, a maioria submetida, com regularidade, à medição do perímetro braquial, para auferir o grau de desnutrição”.
Tabela alimentar
O secretário de Estado considerou importante, em especial no Sul do país, a existência de uma tabela de composição de alimentos de Angola, que seria a primeira do género, mas bastante essencial no combate à desnutrição.
A criação da tabela, admitiu, é um projecto pioneiro que vai incorporar os alimentos mais frequentes nas três províncias do Sul de Angola. “O objectivo é, através dos produtos locais, confecionar alimentos que sejam viáveis e tenham composição nutricional, para a recuperação das crianças”.
Leonardo Inocêncio acredita que é possível desenvolver estratégias e políticas para melhorar a nutrição nestas localidades, por meio da referida tabela, uma guia orientadora a ser elaborada para uma alimentação saudável e rica em nutrientes.
Fonte: JA