Os testes genéticos são importantes ferramentas para entender melhor a inteligência de um indivíduo, de uma forma mais assertiva do que a análise baseada apenas em testes de QI tradicionais já que, supervalorização do resultado em testes, estado em que a pessoa se encontra no momento do teste e o profissional que o aplica são determinantes para o resultado do QI. Mas claro, o teste genético de inteligência deve ser feito junto a um teste que analise o atual estado da inteligência do indivíduo, já que fatores ambientais interferem para aumentá-la, assim como para diminuí-la
Eles são o centro de um novo estudo que está sendo realizado pelo Pós PhD em neurociências e especialista em genômica, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, membro da Royal Society of Biology no Reino Unido, que busca entender melhor a assertividade da imputação de dados genéticos para a medição da inteligência de uma pessoa.
“Nosso estudo já analisou a imputação e sequenciamento de dados genéticos de mais de um centena de voluntários com um QI de 110 a 160 sd 15, comprovados em testes supervisionados. A imputação é uma espécie de interpretação das SNPs não identificadas no teste genético comum, em seus dados brutos, geralmente realizados por empresas como TellmeGen, 23andMe, MyHeritage e Ancestry. O sequenciamento completo de genoma em 30x é o processo de determinar a totalidade da sequência de DNA do genoma de um organismo“.
“Para quem não tem teste genético, somos representantes TellmeGen da Espanha, que utiliza o laboratório francês Eurofins. Para quem prefere o sequenciamento, trabalhamos como revenda do Nebula, vinculado a Harvard, nos Estados Unidos. Este último, por ser sequenciamento do genoma, tem valor mais significativo com a leitura 30x garantindo o resultado mais correto que se pode ter do genoma de uma pessoa“.
“A escolha da plataforma usada para colher os dados genéticos brutos e sequenciamento dos voluntários foi feita com base em testes feitos em mim mesmo e em centenas de outros indivíduos em estudos de caso relacionado aos dados genéticos, pontuação em teste de QI supervisionado e entrevista“.
“Aproveitei o meu estudo sobre inteligência genética para avaliar a eficácia da imputação. Até o momento foi identificado que, a depender da companhia que foi usada para obter os dados brutos, a margem de erro da imputação pode variar entre 1% 10%“, afirma Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
O sequenciamento é a forma mais completa e assertiva de analisar dados do genoma humano, o que faz com que gere uma estimativa literal, fazendo o método ser considerado “padrão-ouro” com base em um conjunto maior de variantes, mas permanece sendo um processo caro. O sequenciamento completo é a melhor opção, mas a imputação dos dados brutos funciona com uma pequena margem de erro, afirma o Pós PhD em neurociências e especialista em genômica, Dr. Fabiano de Abreu.
“Usando os dados brutos do TellmeGen, por exemplo, temos uma margem de erro bem menor na imputação, também o 23andMe e em seguida o MyHeritage. Quanto maior a quantidade de SNPs nos dados brutos, menor a margem de erro na imputação. Definitivamente, posso considerar que uma margem de erro entre 1 a 10% no relatório de inteligência, 1 a 3% no relatório sobre distúrbios mentais, menos de 2% em personalidade e chegando a 1% em outros traços, posso afirmar que essas margens de erro não impedem um resultado assertivo levando em consideração à margem em casos específicos”.
“No caso do relatório de inteligência por exemplo, que é mais complexo, se num determinado estudo 30 pontos é o piso para maior predisposição a um QI acima de 120 pontos, 0 a 3 pontos de margem de erro não são tão significativos podendo assim confiar absolutamente no resultado já que levamos em consideração que, 27 pontos ou 33 pontos são distâncias não tão relevantes para a probabilidade. Por isso, inclusive, a maioria dos estudos são feitos com o uso da imputação devido ao valor investido.” conta Agrela.
Por isso, a imputação, que é a busca do genoma a partir dos dados brutos, é a forma mais econômica de obter dados genéticos mais abrangentes, mas em casos identificados no estudo, a margem de erro foi pouco significativa, o que valida o seu uso. Claro, levando em consideração a empresa onde é feito o teste genético. A não ser que contrate uma empresa para valores específicos.
—
Sobre Dr. Fabiano de Abreu Agrela
Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues MRSB é Pós PhD em Neurociências eleito membro da Sigma Xi, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos , membro da Royal Society of Biology no Reino Unido e da APA – American Philosophical Association também nos Estados Unidos. Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society, Triple Nine Society, ISI-Society, Numerical e HELLIQ Society High IQ. Autor de mais de 220 artigos científicos e 17 livros.