O controlo da tuberculose em Angola e a eliminação da doença até 2035 são das principais prioridades do Executivo, disse, sábado, o secretário de Estado para a Saúde Pública, por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, que se assinalou ontem.
Carlos Pinto de Sousa informou que, de acordo com os dados de pesquisas, mais de 68.268 casos de tuberculose foram notificados o ano passado no país, uma redução de 984, se comparados com 2022, onde tiveram 69.252 ocorrências.
O governante destacou, ainda, o esforço do Executivo no combate à epidemia, que é um dos grandes problemas de saúde pública, inclusive em muitos países do mundo. Em 2022, recordou, foi estimado que cerca de 10,6 milhões de pessoas no mundo adoeceram com tuberculose.
“Ao todo, 75 milhões de vidas foram salvas desde o ano 2000, graças aos esforços mundiais para por fim a tuberculose”, avançou, adiantando que no país a patologia é a terceira maior causa de morbilidade e mortalidade.
A luta contra a tuberculose em Angola, referiu, é um desafio. “O controlo da doença é uma oportunidade para o desenvolvimento económico e social, pois impõe a implementação de acções contra a pobreza e as desigualdades sociais”, justificou. Este ano, realçou, a Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu o lema “Sim, podemos acabar com a tuberculose”, para assinalar a data e como forma de transmitir a esperança de promover a liderança do alto nível e garantir o aumento dos investimentos.
O governante sublinhou que a construção de mais unidades sanitárias no país e o processo de expansão da rede de atendimento de casos de tuberculose, iniciada em 2019, permitiu alcançar resultados satisfatório da luta contra a tuberculose.
“Com o aumento de números de hospitais, que passaram de 13 em 2018, para 36 em 2023, foram criadas 289 unidades sanitárias para atender os casos de tuberculose e 355.155 laboratórios de baciloscopia, em 14 províncias”, explicou.
Unidades e quadros
Em relação aos investimentos feitos em termos de infra-estruturas e recursos humanos, Carlos Pinto de Sousa disse que têm permitido realizar, com êxito, os cuidados primários de saúde de proximidades, potenciando diagnósticos precoces, seguimentos e o tratamento oportuno e continuado da tuberculose.
O tratamento directo nas comunidades, apontou, é uma estratégia do sector da Saúde pública, para garantir que pacientes com tuberculose sigam o tratamento adequadamente. “Ao longo dos anos foram introduzidas inovações neste domínio, com realce nas províncias de Benguela e Cuanza-Sul”.
Desistência
Quanto ao facto de muitos doentes desistirem do tratamento, o secretário de Estado apontou o tempo longo do tratamento da tuberculose como a principal causa. “Por isso, o país vai adoptar, no próximo ano, o regime de tratamento mais curto para a tuberculose”, garantiu.
O coordenador do Programa Nacional de Controlo da Tuberculose, Ambrósio Disadidi, reiterou que a patologia tem merecido a atenção do Executivo e têm sido traçadas medidas para se chegar à sua eliminação até 2035. O caso mais frequente da doença no país, disse, tem sido a tuberculose pulmonar, que já é um problema de saúde pública.
Fonte: JA