Por causa da demanda que acorre, diariamente, ao Hospital Geral Especializado Neves Bendinha, em Luanda, o responsável máximo desta instituição sanitária é de opinião que, em cada hospital já existente no país, se criem secções de tratamento de pacientes com queimaduras, de modo a facilitar principalmente os cuidados de doentes provenientes de outras províncias.
A reabilitação de alta qualidade que o conhecido “Hospital dos Queimados, localizado no bairro Popular, mereceu muito recentemente ao ponto de melhorar também a qualidade no atendimento e tratamento dos pacientes, afirma Dadi Bucusso Netemo, o líder gestor do referido estabelecimento de saúde, que encoraja o Executivo angolano a construir outros hospitais do género.
“Não há dúvidas de que o país precisa de novos hospitais como este nosso, porque esta é a única unidade hospitalar de queimados que Angola tem e o número de pacientes com queimaduras não é pouco, é muito elevado, devido à fácil exposição das causas. Devo sublinhar que não se resolve só isso com novas estruturas, mas com a criação de unidades de tratamento de queimados, nos hospitais já existentes, principalmente nos das outras províncias”, disse Dadi Bucusso Netemo.
Ele considera que a grande reabilitação e apetrechamento de um hospital que clamava por quase tudo, trouxe uma nova dinâmica de trabalho ao ponto de atualmente tirando as incompreensões dos utentes no atendimento inicial, os únicos clamores que se ouvem, mas também de uma forma mais diminuta, se comparados com os anteriores, são os dos doentes, fruto das dores iniciais.
“Aumentou o número de atendimento diário para mais de cem por cento, já que antes, no hospital do Zango, onde estávamos a funcionar temporariamente, durante a reabilitação, os registos dos doentes com queimaduras, traumas, de crianças (pediátricos) e de medicina normal ou geral rondavam os cerca de 250. Hoje por hoje, atendemos quase 700 pacientes, por dia”, estimou o entrevistado, sem poder esconder a sua satisfação.
No “Hospital dos Queimados”, atendem-se doentes com outras patologias, pois a equipa recebe indivíduos com queimaduras, mas que têm outras enfermidades, como têm sido os casos de paludismo, hipertensão, diabetes ou mulheres grávidas.
Dadi Bucusso Netemo assegurou que, quando se efetivar a estratégia de criação de unidades de queimados nos estabelecimentos de saúde com a categoria de geral ou municipal, o Hospital Geral Especializado Neves Bendinha vai estar mais desafogado, mas não deixará de receber pacientes de outras províncias ou das zonas recônditas de Luanda.
“Só que a diferença vai ser receber os doentes com queimaduras já estabilizados ou aqueles que requerem cuidados mais especializados e profundos”, aclarou o diretor-geral, tendo admitido que o entristece saber que certo paciente que estava a ser transferido de certa província não chegou à instituição que gere com vida”, disse.
Fonte: Jornal o País