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Regulação dos níveis de colesterol pode melhorar imunoterapias contra o câncer, conclui estudo
CiênciaEstudoInternacional

Uma equipa de investigadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, fez uma descoberta notável que poderá melhorar o tratamento do cancro e de uma série de outras doenças. A mesma pesquisa foi publicada na revista Nature Communications.

A chave está na regulação dos níveis de colesterol, o que pode ajudar a tornar os tratamentos existentes mais eficazes.

“Identificamos um novo mecanismo que pode regular uma via imunitária crucial na luta contra o cancro, e isto dá-nos uma compreensão mais profunda de como podemos ativar a defesa do próprio corpo contra a doença”, explica o professor Martin Roelsgaard Jakobsen, do Departamento. da Biomedicina e um dos três últimos autores do estudo.

Os investigadores concentraram-se na chamada proteína STING, um elemento importante da defesa do sistema imunitário contra as células cancerígenas. Ao manipular os níveis de colesterol, os investigadores conseguiram melhorar a função da proteína STING, abrindo assim novas formas de reforçar as defesas naturais do corpo contra o cancro.

O tratamento eficaz do câncer depende da força do sistema imunológico do paciente e de quão bem ele pode ser estimulado para matar as células cancerígenas.

De acordo com Jakobsen, o tratamento do câncer requer uma combinação de estratégias de tratamento que desencadeiam a ativação imunológica local no tumor, atraiam células T citotóxicas e estimulem uma ativação mais ampla das células imunológicas. E é aqui que o novo mecanismo apresenta novas oportunidades.

“A proteína STING já se mostrou promissora no tratamento do câncer, mas ainda não descobrimos como ativá-la num contexto clínico. Nossa pesquisa fornece uma nova abordagem para aumentar a atividade da proteína STING, dando-nos outra maneira de aproveitar o defesas naturais do corpo contra o câncer”, explica ele.

O estudo é o resultado de uma colaboração interdisciplinar entre pesquisadores da Universidade de Aarhus e da Universidade de Aalborg, incluindo Jakobsen e Emil Kofod-Olsen, especialistas em sinalização STING e imunologia do câncer, e Baocun Zhang e Søren Riis Paludan, que possuem conhecimento profundo da biologia molecular da proteína STING e seu papel em uma série de doenças.

A combinação de diferentes disciplinas tem sido crucial para relacionar os níveis de colesterol com as respostas imunológicas ao câncer.

“A nossa descoberta é o resultado direto da reunião de especialistas de diferentes áreas. A colaboração criou uma compreensão única de como podemos lutar contra o cancro de forma mais eficaz”, diz Jakobsen.

A descoberta de como o colesterol afeta a proteína STING não abre apenas novas portas para o tratamento do câncer. Os investigadores também esperam que o mecanismo desempenhe um papel na luta contra uma série de outras doenças.

“Graças ao aumento do conhecimento sobre o mecanismo de ação da proteína STING e como a proteína contribui para uma série de doenças, é agora mais provável que possam ser desenvolvidos vários novos medicamentos contra essas doenças”, diz um dos pesquisadores.

Isto incluiria doenças autoimunes e doenças neurodegenerativas , nas quais o sistema imunitário também desempenha um papel crucial.

Fonte: Technologynetworks

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