26 de Agosto, 2025

Tragédia: Uso hospitalar de fentanil contaminado mata 100 pessoas na Argentina

A Argentina enfrenta um dos maiores escândalos sanitários de sua história após a confirmação de que lotes de fentanil contaminados com bactérias causaram a morte de pelo menos 100 pessoas em diferentes províncias do país. O caso, que começou a ser investigado em maio deste ano, envolve a farmacêutica Angentina, HLB Pharma e o Laboratório Ramallo, responsáveis pela produção do medicamento.

O fentanil, utilizado como analgésico e anestésico, começou a ser apontado como possível causa de infecções graves por Klebsiella pneumoniae e Ralstonia pickettii em pacientes hospitalizados. As primeiras denúncias chegaram à Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (Anmat) do pais, que após análises laboratoriais, confirmou a contaminação das ampolas.

De acordo com as investigações, ao menos cinco lotes contaminados foram distribuídos a oito hospitais e centros de saúde, mas mais de 300 mil ampolas circularam pelo país, alcançando províncias como Buenos Aires e outras. Estima-se que 45 mil doses foram aplicadas antes do recolhimento.

As mortes ocorreram em pacientes internados por diferentes condições clínicas, que receberam o fentanil como parte do tratamento e desenvolveram infecções letais. Até o momento, 100 óbitos foram confirmados, e outros nove seguem em investigação, podendo elevar ainda mais o número de vítimas.

Além das unidades diretamente envolvidas, cerca de 200 hospitais estão sob investigação por possível uso dos lotes contaminados. A gravidade do acontecimento levou especialistas a classificá-lo como um dos maiores escândalos de saúde da história da Argentina.

Apesar da gravidade do caso, denúncias de lentidão na resposta das autoridades aumentaram a polêmica nas últimas semanas. A Justiça argentina bloqueou bens e impôs restrições de viagem a 24 pessoas ligadas à produção e distribuição do medicamento.

O proprietário da da empresa produtora do fentanil infectado, nega as responsabilidade nas mortes, e sugere que a contaminação pode ter sido fruto de sabotagem.

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