A retina é uma membrana tecidual situada no interior do olho. Nela são processadas as imagens que o olho recebe sob a forma de luz e que são transmitidos para o cérebro. Com efeito, a retina é um tecido considerado “nobre” no olho, já que é fundamental ao processo visual, sendo o local onde se inicia todo o processo neurológico da visão. A retina processa os estímulos da luz e da cor, com vista a transmiti-los ao cérebro através do nervo óptico. Dito de outro modo, actua como um catalisador, utilizando as células sensoriais para converter a luz recebida, que é posteriormente processada pelo cérebro.
Quando abordamos as doenças da retina, podemos falar de diversas causas. Dependendo da causa, temos também diferentes prognósticos. As doenças da retina estão entre as principais causas de cegueira e deficiência visual em todo o mundo. Embora algumas sejam hereditárias, outras podem estar relacionadas com o envelhecimento, a diabetes ou outras doenças.
De facto, em primeiro lugar, temos as doenças degenerativas, como a degenerescência macular da idade, que é a principal causa de cegueira irreversível na população mais idosa. Temos ainda as doenças de causas vasculares e as doenças associadas a doenças metabólicas, como a retinopatia diabética, sendo esta também uma das principais causas de perda de visão, sobretudo na população activa.
Além destas, temos ainda um outro conjunto de factores e doenças que podem também afectar a retina, tais como traumas, doenças inflamatórias, doenças com origem genética ou hereditária, que muitas vezes causam perda de visão nos mais jovens, e doenças mais agudas, que podem necessitar de um tratamento cirúrgico.
As diferentes doenças da retina podem ter muitos sintomas em comum. Assim, para ajudar a melhorar o diagnóstico e o tratamento, é importante reconhecermos estas alterações visuais: visão turva ou distorcida; linhas onduladas; pontos negros na visão central; perda da visão em certas áreas.
Apesar de as doenças serem complexas e difíceis de tratar, dado que se desenvolvem e evoluem de modo muito variável, sendo diferente de pessoa para pessoa, algumas delas podem efectivamente ser tratadas ou, pelo menos, estabilizadas, evitando-se o agravamento da doença. Mas, para isso, é importante que sejam detectadas em tempo útil.
A perda da visão pode ter um impacto devastador sobre as pessoas afectadas e os seus familiares. As pessoas sem visão ou com visão reduzida podem perder a capacidade de realizar as suas tarefas quotidianas, dependendo da família e dos amigos para fazerem coisas simples do dia-a-dia. Por isso, de modo a prevenir situações como estas, é importante a realização regular de rastreios e exames à visão. Os rastreios visuais regulares são essenciais para detectar e tratar problemas precocemente, garantindo uma visão mais clara e saudável.
Nelson Varela
Director Clínico do Centrooptico
Fontes: