Os casos de cólera continuam a crescer, atingindo um total de 2.069 registos desde o início do surto, em 7 de janeiro. De acordo com o mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, foram identificados 190 novos casos, o maior número diário desde o início da epidemia, com um registro acumulativo de 75 casos de óbitos.
O impacto da doença é mais severo entre as crianças. O grupo etário de 2 a 5 anos é o mais afectado, com 351 casos e 12 óbitos, seguido pelo grupo de 10 a 14 anos, com 308 casos e cinco mortes. A faixa etária dos infectados varia entre 2 e 100 anos, o que demonstra a amplitude do surto e sua capacidade de atingir todas as camadas da população.
Diante do avanço da cólera, o Governo iniciou, na segunda-feira, uma campanha de vacinação em massa, que pretende imunizar cerca de um milhão de pessoas. A iniciativa visa conter a propagação da doença, que tem se alastrado rapidamente, especialmente nas áreas urbanas e periurbanas, onde as condições de saneamento básico e acesso à água potável são precárias.
A cólera, uma doença infecciosa causada pela bactéria Vibrio cholerae, é transmitida principalmente através do consumo de água ou alimentos contaminados. Os sintomas incluem diarreia intensa, vómitos e desidratação, podendo levar à morte se não for tratada rapidamente.
As autoridades de saúde têm reforçado a importância de medidas preventivas, como a higienização das mãos, o consumo de água tratada e o cuidado com os alimentos. Além disso, a campanha de vacinação é considerada uma estratégia crucial para reduzir o impacto da doença, especialmente nas comunidades mais vulneráveis.