Um total de 16 instituições técnicas de Saúde a nível nacional, públicas e privadas, com os cursos não reconhecidos pelo Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos do Ensino Superior (INAAREES) estão proibidas de fazer matrículas de novos estudantes, informou, sexta-feira, o director-adjunto da instituição.
Manuel Zau disse que estas instituições académicas estão proibidas de receber estudantes, durante dois anos, até implementarem as medidas de melhorias necessárias para uma nova avaliação.
A maioria destas instituições, lembrou, não apresentam os requisitos estabelecidos para leccionar os cursos de Saúde. A avaliação, referiu, foi feita com base na apresentação do plano de desenvolvimento institucional, currículos, corpo docente e discente, pessoal técnico e administrativo, assim como o estado das infra-estruturas.
“Este processo de avaliação externa rigorosa é um passo crucial para assegurar que os cursos oferecidos atendam aos mais altos padrões de qualidade e ajudem a identificar as áreas que necessitam melhorias”, disse.
As instituições com cursos não acreditados, disse, são obrigadas a implementar um plano de melhorias para corrigir as deficiências identificadas. O INAAREES, garantiu, está a trabalhar, em colaboração com as instituições de ensino superior, para que as medidas de melhoria sejam aplicadas de forma eficaz e dentro dos prazos estabelecidos.
Cursos vetados
A avaliação, sublinhou o director-adjunto do INAAREES, serviu para analisar os cursos de Ciências da Saúde nas instituições a nível das 18 províncias, com o objectivo de melhorar a qualidade de ensino, de forma a gerar profissionais altamente qualificados.
No total, frisou, das 49 instituições avaliadas 16 tiveram os cursos não acreditados e foram proibidas de matricular estudantes, com destaque para a Universidade de Belas, em Luanda, que a partir deste ano não pode ter alunos nos cursos de Fisioterapia, Farmácia, Medicina Dentária, Enfermagem, Nutrição e Dietética, Análises Clínicas e Saúde Pública, Psicologia Clínica e Gestão Hospitalar.
O Instituto Superior Politécnico Jean Piaget de Benguela não deve admitir estudantes nos cursos de Enfermagem e Obstetrícia, Ciências Farmacêuticas, Análises e Saúde Pública, Radiologia e Imagiologia.
A proibição inclui ainda os cursos de Psicologia Clínica, Enfermagem, e Análises Clínicas, do Instituto Superior Politécnico do Cuíto, e os de Medicina Dentária e Psicologia, do Instituto Superior Politécnico da Caala, no Huambo.
O Instituto Superior Politécnico Sinodal, avançou, está proibido de admitir estudantes nos cursos de Enfermagem, Administração e Gestão Hospitalar, assim como o Instituto Superior Politécnico Walinga, do Moxico, de ter docentes em Enfermagem e Psicologia Clínica, ou o Instituto Superior Politécnico Privado do Uíge de administrar aulas de Análises Clínicas e Psicologia Clínica.
O INAAREES proibiu, igualmente, o Instituto Superior Evangélico do Lubango de ter estudantes nos cursos de Enfermagem e Análises Clínicas, a Universidade Jean Piaget de Luanda nos de Psicologia Clínica, e o Instituto Superior Politécnico Lusíada do Huambo também no de Psicologia Clínica.
Pelo não cumprimento das exigências, estão, ainda, proibidos de receber estudantes no curso de Enfermagem o Instituto Superior Politécnico – Universidade Cuito Cuanavale, o Instituto Superior Politécnico do Cuanza-Sul, o Instituto Superior Politécnico de Cabinda e o Instituto Superior Politécnico Privado do Luena, enquanto o Instituto Superior Politécnico – UON, em Cabinda, não deve ter estudantes no de Psicologia Clínica, e a Universidade Lusíadas de Angola, no de Psicologia da Saúde.
Estudantes matriculados
O director adjunto do INAAREES, Manuel Zau, tranquilizou os estudantes matriculados nos cursos não acreditados em algumas instituições a nível do país, informando que podem continuar a formação até a concluírem.
“Garantimos aos estudantes finalistas nos referidos cursos e aos que ainda não terminaram, não haver nenhum risco de não terem os diplomas homologados pelo INAAREES, após a conclusão do respectivo curso”, disse.
Por outro lado, aconselhou, os estudantes que queiram se matricular a certificar-se de que o curso escolhido está reconhecido na instituição que pretende ingressar. “Os resultados detalhados da avaliação e dos cursos reconhecidos podem ser sempre consultados pelos estudantes, através do site oficial do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação. As instituições também têm a responsabilidade de informar os estudantes sobre o estado dos cursos e as medidas de melhoria em curso”, alertou.