O director do gabinete da Saúde na província do Huambo, Lucas Nhamba, desafiou, esta quinta-feira, os médicos infecciologistas apostarem na investigação científica, para combater, de forma precoce, as doenças crónicas.
Lucas Nhamba fez este desafio durante a cerimónia de abertura das primeiras jornadas científicas do Hospital Sanatório do Huambo, a decorrer de 21 a 22 do corrente mês, sob o lema “ Hospital Sanatório do Huambo: uma visão para além da tuberculose”.
O responsável reconheceu que o país e a província do Huambo, em particular, está numa fase de verdadeira transição epidemiológica, apesar das doenças infecciosas e crónicas continuarem a ser predominantes, ao ponto de pressionar o sistema de saúde e os infecciologistas a terem maior domínio científico.
Ressaltou que o lema da actividade constitui uma oportunidade para os profissionais do quadro epidemiológico complexo em Angola.
Por isso, espera que eventos do género sejam realizados várias vezes para partilhar experiência e pesquisas em diferentes realidades e latitudes, que possam trazer contribuições para responder aos grandes problemas de saúde que o país atravessa.
Por seu turno, o representante do Ministério da Saúde, Polinganga Baião, ao dissertar o tema “A transmissão da Hepatite B em doadores”, defendeu a humanização no atendimento e no tratamento das grandes endemias, com realce para as negligenciadas, como as hepatites, para reversão do contexto actual do país.
O dirigente informou que o país tem uma prevalência de Hepatite B crónica, acima de 8 por cento, que corresponde a dois milhões 800 mil do total da população angolana, estimada em 34 milhões de habitantes, sendo os doadores de sangue, gestantes e crianças como os principais alvos dessas infecções.
Informou que o combate essas patologias de carácter assintomático e silenciosa passa, fundamental, por uma triagem sensível e específicas hospitalares dos doadores, sobretudo, de reposição ou familiares, bem como as gestantes que devem fazer consultas pré-natais e submetê-las, ao tratamento do corte vertical e a vacinar os bebés nascidas dessas doenças, nas primeiras 24 horas de vida.
Com duração de dois dias, as Jornadas do Hospital Sanatório do Huambo, que conta com a presença de especialistas em saúde de várias partes do país, está a discutir temas como “ A humanização e Ética nos Serviços Hospitalares”, “ Infecciologia/Pneumologia a actualidade “, “ Tuberculose não é doença”, “ Grandes endemias”, “ Pediatria e o Sanatório”, entre outras.
Fonte: Angop