Moçambique está prestes a receber as primeiras doses de um antirretroviral de nova geração contra o HIV, produzido pela primeira vez em África. O anúncio foi confirmado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), marcando um avanço histórico na resposta à epidemia de HIV/SIDA no continente.

O medicamento, conhecido como TLD (tenofovir disoproxil fumarato, lamivudina e dolutegravir), é uma terapia antirretroviral de primeira linha e será distribuído através do Fundo Global, uma aliança internacional que financia programas de combate ao HIV, tuberculose e malária. 

Há dois anos, a empresa farmacêutica queniana Universal Corporation Ltd tornou-se a primeira no continente a receber a pré-qualificação da OMS para produzir o TLD. Este passo representa um avanço importante para reduzir a dependência de importações de medicamentos, que até agora vinham principalmente de outros continentes.

A OMS destaca que a produção local de antirretrovirais é parte de um plano mais amplo para fortalecer a capacidade farmacêutica africana, garantindo acesso mais rápido e sustentável a tratamentos essenciais.

Moçambique é um dos países com maior prevalência de HIV no mundo, atingindo 12,5% da população adulta (acima de 15 anos). A taxa é ainda mais alta entre as mulheres (15%) do que entre os homens (9,5%). A introdução do TLD produzido localmente pode significar um avanço significativo no tratamento. 

A iniciativa também reforça a necessidade de maior autonomia no continente, na produção de medicamentos, reduzindo a dependência de importações e fortalecendo sistemas de saúde locais.