Após mais de três anos de negociações, os países membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegaram a um acordo histórico para reforçar a prevenção, a preparação e a resposta global a futuras pandemias.
O consenso foi alcançado nesta quarta-feira (16), durante uma reunião em Genebra, e será apresentado para adopção oficial na próxima Assembleia Mundial da Saúde, marcada para maio.
A proposta surge como resposta às dificuldades enfrentadas durante a pandemia de COVID-19. O pacto visa fortalecer a preparação mundial contra novos vírus e doenças.

Pilares do novo acordo
O acordo estabelece medidas que buscam:
- Garantir acesso justo a vacinas, medicamentos e diagnósticos em todo o mundo;
- Fortalecer os sistemas de saúde para que sejam mais preparados e resilientes;
- Diversificar geograficamente centros de pesquisa e desenvolvimento;
- Facilitar a transferência de tecnologia entre países;
- Criar um fundo financeiro e uma cadeia de suprimentos global, com uma rede logística para emergências;
- Melhorar a cooperação internacional em momentos de crise sanitária.
A proposta também afirma que cada país mantém sua soberania sobre decisões de saúde pública dentro de seu território. Ou seja, a OMS não terá autoridade para obrigar os Estados a adoptarem medidas como bloqueios, vacinação obrigatória ou restrições de viagem.
Para o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, este é um momento marcante, “as nações do mundo fizeram história, em um mundo dividido, mostraram que ainda é possível trabalhar juntos para enfrentar ameaças comuns,” declarou.
O acordo é visto como uma conquista importante para a OMS, especialmente em um período em que a organização prevê corte orçamental de 20% com a saída dos EUA.