O primeiro Centro de Tratamento de Cólera do bairro Paraíso, no município de Cacuaco, começou a funcionar neste sábado, apenas 72 horas após o início das instalações. Com capacidade para 100 camas, o centro é equipado com infraestrutura moderna e oferece áreas de triagem, exames laboratoriais, latrinas e um centro de hidratação.
A localização no bairro Paraíso, epicentro da doença em Angola, foi estratégica, permitindo um atendimento mais rápido e eficiente diante do elevado número de casos registrados. O centro opera 24 horas por dia e é considerado o maior da comunidade em termos de capacidade e condições para os profissionais de saúde.
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, esteve presente para acompanhar de perto os trabalhos e destacou a rapidez na montagem do centro, assim como a eficiência no atendimento dos pacientes. Segundo a ministra, a previsão para o corte da cadeia de transmissão da cólera é até março, considerando que o mês de abril, caracterizado por chuvas intensas, aumenta o risco de disseminação da doença.
Vacinação e Fornecimento de Água Tratada
Em relação à imunização, a ministra revelou que as negociações com os produtores de vacinas estão avançadas. A primeira fase da campanha será direcionada às crianças menores de cinco anos.
Paralelamente, em relação ao abastecimento de água, as autoridades sanitárias, em parceria com o Ministério da Energia e Águas, têm encerrado fontes de abastecimento suspeitas para evitar o consumo de água contaminada.
Dados e Mobilização Comunitária
Até a última sexta-feira, foram registrados 85 novos casos de cólera no município, sem divulgação do número de óbitos. Durante uma visita ao centro, foi atendida uma jovem de 19 anos, socorrida pelo Instituto Nacional de Emergências Médicas de Angola (INEMA).
O administrador municipal de Cacuaco, Fernando João, destacou a participação ativa da população e de organizações como ONG, associações juvenis e Adecos na sensibilização sobre a doença. Mais de 700 voluntários estão mobilizados para apoiar os esforços de combate.
Medidas Complementares
Para reforçar as ações preventivas, cada morador tem recebido um litro de lixívia a cada dez dias. Também foram instalados reservatórios com capacidade de 10.000 litros de água potável, numa iniciativa conjunta dos Ministérios da Saúde, Energia e Águas e o Governo Provincial de Luanda.
Fonte: JA