Artigo publicado na Atena Editora reúne evidências sobre medicamentos, psicoterapia e novos avanços da neurociência
O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), é um transtorno que causa oscilações extremas de humor entre episódios de mania e depressão, afeta cerca de 1,6% da população mundial e está entre as principais causas de incapacidade no planeta, mas apesar dos avanços na ciência, encontrar o tratamento mais eficaz ainda é um desafio.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos mentais representam quatro das dez principais causas de incapacidade no mundo. E o transtorno bipolar, por sua gravidade e cronicidade, está entre os mais preocupantes.
Buscando mapear os caminhos mais seguros e eficientes, o estudo “Fundamentos para o Tratamento do Transtorno Afetivo Bipolar em Adultos: Revisão Integrativa”, publicado pela Atena Editora e conduzida por uma equipe multidisciplinar formada pelo Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o Doutor em Ciências da Saúde Francis Moreira, a cirurgiã plástica Dra. Elodia Ávila e o neuro-ortopedista Dr. Luiz Felipe Carvalho, fez uma análise da literatura científica sobre o tema.
Tratamento além da medicação
A análise identificou dois grandes pilares no tratamento do TAB: A abordagem farmacológica e a não farmacológica, com destaque para a psicoterapia. Os autores revisaram artigos publicados entre 2002 e 2013 nas bases SciELO e LILACS, selecionando os que traziam evidências mais consistentes sobre terapias em diferentes fases da doença.
Entre os medicamentos analisados, o lítio se manteve como o mais eficaz na prevenção de recaídas, apesar do uso frequente de outras substâncias como divalproato, carbamazepina e antipsicóticos atípicos como a olanzapina e a ziprasidona.
A combinação de haloperidol com midazolam, apesar de usada em situações de agitação extrema, teve os piores resultados em termos de eficácia e efeitos colaterais.
Psicoterapia: Um aliado indispensável
O estudo ressaltou também que, apesar da importância da medicação, muitos pacientes continuam sintomáticos mesmo seguindo o tratamento à risca, por isso, a psicoterapia associada à farmacologia, traz vários benefícios, como:
- Reduzir a frequência e duração dos episódios de humor;
- Melhorar a adesão ao tratamento;
- Diminuir as recaídas;
- Aliviar sintomas residuais como angústia e baixa autoestima.
Neurociência e genética
A pesquisa também destaca avanços importantes da neurociência no entendimento do transtorno, como o envolvimento de neurotransmissores como dopamina e glutamato e alterações em áreas do cérebro como a amígdala e o córtex pré-frontal, regiões ligadas às emoções e ao controle do comportamento.
Outro ponto promissor é a identificação de variações genéticas, como em genes CACNA1C e ANK3, que podem futuramente permitir tratamentos personalizados com base no perfil genético de cada paciente, uma tendência crescente na medicina.
Sobre o Dr. Fabiano
Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues MRSB é Pós-PhD em Neurociências, eleito membro da Sigma Xi – The Scientific Research Honor Society (mais de 200 membros da Sigma Xi já receberam o Prêmio Nobel), além de ser membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos, da Royal Society of Biology e da The Royal Society of Medicine no Reino Unido, da The European Society of Human Genetics em Vienna, Austria e da APA – American Philosophical Association nos Estados Unidos. Mestre em Psicologia, Licenciado em História e Biologia, também é Tecnólogo em Antropologia e Filosofia, com diversas formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Dr. Fabiano é membro de prestigiadas sociedades de alto QI, incluindo Mensa International, Intertel, ISPE High IQ Society, Triple Nine Society, ISI-Society e HELLIQ Society High IQ. Ele é autor de mais de 300 estudos científicos e 30 livros. Atualmente, é professor convidado na PUCRS no Brasil, UNIFRANZ na Bolívia e Santander no México. Além disso, atua como Diretor do CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito e é o criador do projeto GIP, que estima o QI por meio da análise da inteligência genética