Mais de 150 pessoas morreram, o ano passado, no Hospital Central do Lubango, em consequência de vários tipos de cancro, dos 1.400 casos diagnosticados pelos especialistas.
A directora do hospital realçou que apesar do actual número de óbitos registados, aos quais considerou bastante alarmantes, é importante trabalhar, na prevenção e sensibilização da população.
Lina Antunes adiantou ainda que entre os pacientes que morreram os cancros mais comuns foram os do fígado, cérebro, próstata e pulmões. “Muitos pacientes deram entrada com esse tipo de cancro, que pela complexidade e o estado avançado, criam complicações difíceis de controlar”.
A média de casos registados, a cada mês, explicou, ronda os 73. A taxa de prevalência, disse, se situa nos 48,4 por cento para cada 100 mil pessoas. “Dos casos diagnosticados, 41 são crianças e 368 jovens”, referiu.
A maior parte dos pacientes, esclareceu, vem de outras províncias além da Huíla, como o Cunene, Cuando Cubango, Huambo, Namibe e Benguela. “Temos estado a receber vários pacientes da Região Sul, pelo facto da unidade hospitalar ser a única da Região com Serviços de Oncologia”, disse.
Em relação a sala de Quimioterapia da unidade sanitária, a directora da instituição lamentou o facto de ainda continuar fechada, devido à falta de verbas necessárias para a importação de fármacos e outros meios técnicos necessários.
Tumores no cérebro
A directora da unidade hospitalar disse que os casos de tumor no cérebro e no intestino figuram entre os mais comuns, nos últimos dois anos, um facto raro. “É preciso agora despertar a atenção do corpo clínico e especialistas, assim como conversar com os pacientes e familiares sobre como prevenir este tipo de patologia”.
De acordo com Lina Antunes, tumores da mama e útero, que afectam principalmente as mulheres, têm sido os que mais recebem apoio de Organizações Não-Governamentais. “Para darmos soluções credíveis aos novos casos de tumores é preciso a aquisição de equipamentos hospitalares compatíveis, assim como os especialistas com condições técnicas para actuar com precisão”, realçou.
Lina Antunes garantiu que a Direcção do hospital e o Ministério da Saúde estão empenhados em transformar o hospital numa unidade oncológica de referência, de forma a evitar que alguns pacientes e as famílias recorram às unidades de Oshakati e Windhoek, na Namíbia.
Fonte: JA