O Conselho Nacional de Medicina Natural e Tradicional em Angola (COMENTA) anunciou que irá apresentar ao Ministério da Saúde um conjunto de propostas baseadas em medicamentos naturais, com o objetivo de reforçar o combate ao surto de cólera que afecta várias províncias do país.
Adriano Manuel Salu, presidente do COMENTA e naturopata biomédico, garantiu que a medicina tradicional pode desempenhar um papel importante tanto na prevenção como no tratamento da cólera, complementando as estratégias já implementadas pelas autoridades sanitárias.
O documento a ser entregue ao Governo inclui recomendações e soluções naturais, como medicamentos alternativos e práticas que podem ajudar a salvar vidas, segundo Adriano Salu, especialmente em regiões com acesso limitado a fármacos convencionais.
“Como parte da sociedade civil, temos a responsabilidade de contribuir com o que sabemos fazer: cuidar das pessoas através da sabedoria ancestral e das plantas medicinais que a natureza nos oferece”, afirmou Salu.
O responsável reconheceu a importância das medidas já divulgadas pelo Governo, como a lavagem frequente das mãos, o consumo de água tratada e a evacuação em locais adequados. No entanto, destacou que a medicina natural também oferece soluções, como o uso de sementes de moringa, que têm propriedades purificadoras e podem tornar a água potável.
Além da moringa, Adriano Salu mencionou outras plantas como o chá de marcela, as folhas de goiaba e a argila podem ser úteis no tratamento de sintomas associados à cólera, graças às suas propriedades antibacterianas, anti-inflamatórias e imunoestimulantes.
Desde janeiro deste ano, Angola registou 12.193 casos de cólera, com 465 óbitos confirmados. Perante este cenário, o COMENTA reiterou a sua disponibilidade para colaborar com o Executivo, não só no combate à cólera, mas também noutras doenças que afetam as comunidades.
“Estamos abertos a trabalhar em parceria com o Ministério da Saúde e outras instituições, porque acreditamos que a integração da medicina natural com a convencional pode trazer grandes benefícios para a saúde pública”, concluiu Adriano Salu.
Por: JA