Um avanço significativo na deteção do câncer da mama foi anunciado com os resultados do maior estudo já realizado sobre o uso da inteligência artificial (IA). A pesquisa, liderada pela Universidade de Lübeck, na Alemanha, comprovou que os modelos de inteligência artificial não só melhoram a precisão dos diagnósticos como também tornam o trabalho dos radiologistas mais eficaz.
Detalhes do estudo
Entre julho de 2021 e fevereiro de 2023, cerca de 200 radiologistas participaram do experimento, analisando mais de 460 mil mulheres atendidas em 12 clínicas e hospitais na Alemanha. O estudo foi desenhado para avaliar a eficácia do modelo de IA treinado para identificar sinais de câncer de mama em mamografias. Durante o período, os radiologistas podiam optar por utilizar ou não a ferramenta de IA em cada exame.
Os resultados foram impressionantes: Das 460 mil mulheres examinadas, 260.739 passaram por mamografias com suporte da IA. Enquanto isso, 201.079 exames foram realizados apenas com a avaliação dos radiologistas.
Resultados
Radiologistas que usaram a IA detectaram câncer de mama em 6,7 a cada 1000 exames, uma taxa 17,6% maior do que os 5,7% obtidos nos exames sem a IA. Essa diferença significa que a ferramenta foi capaz de identificar um caso extra de câncer que poderia passar despercebido.
Além disso, o impacto do modelo foi evidente nos diagnósticos confirmados por biópsias. Com a ajuda da IA, 64,5% das mulheres tiveram o câncer confirmado, comparado a 59,2% nos exames sem o suporte tecnológico.
Revolução no diagnóstico e tratamento
Alexander Katalinic, principal autor do estudo, destacou a relevância dos achados: “Agora, podemos atestar que a inteligência artificial melhora consideravelmente a taxa de detecção de câncer nos exames de câncer de mama”.
Perspectivas futuras
O estudo não apenas reforça o papel da tecnologia no diagnóstico precoce do câncer de mama, mas também abre caminho para sua implementação em larga escala. A inteligência artificial, que inicialmente foi vista como um complemento ao trabalho dos radiologistas, demonstra agora ser uma aliada indispensável no combate à doença, potencializando as chances de tratamento eficaz.