O mais recente boletim sobre a progressão da doença, elaborado pela Direção Nacional de Saúde Pública e com dados até 20 de novembro, confirma um morto nas 24 horas anteriores, sendo que o surto de cólera em Moçambique aproxima-se dos 40.000 casos desde 14 de setembro de 2022, e 151 mortos.
Nos boletins diários, as autoridades sanitárias passaram a contabilizar apenas dados desde 1 de outubro de 2023, com a província de Nampula a liderar, com 1.792 casos que provocaram três mortos, seguindo-se Tete, com 1.115 casos que provocaram seis mortos, Zambézia, com 937 casos, e Cabo Delgado, com 495 infetados e um morto.
Atualmente há oito distritos do país considerados em risco, face aos surtos locais de cólera.
A evolução destes surtos foi abordada pelo Conselho de Ministros na reunião ordinária realizada terça-feira (21.11), em Maputo, com a porta-voz do órgão, Ludovina Bernardo, a recordar que a taxa de mortalidade está atualmente em 0,2% dos casos, apelando à adoção de medidas de higiene por parte da população.
Ainda não foi declarada emergência
“Até este momento, a apreciação do impacto é positiva, por isso não foi ainda necessário declarar de emergência”, acrescentou Ludovina Bernardo, no final da reunião do Conselho de Ministros.
O Governo moçambicano anunciou a 7 de novembro o envio de brigadas para quatro províncias do país afetadas pela cólera, visando monitorizar a situação e procurar soluções para travar a doença, um dia depois do anúncio de surtos em alguns distritos.
As brigadas seguiram para Nampula e Cabo Delgado (no norte do país) e Zambézia e Tete (no centro), províncias que “dão sinais da necessidade de uma abordagem mais acutilante sobre a eclosão de vómitos e diarreias”, associados à cólera, indicou na altura o Governo.
A cólera é uma doença que provoca fortes diarreias, que é tratável, mas que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida. A doença é causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados, sobretudo devido à falta de redes de saneamento.
Em maio, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que mil milhões de pessoas em 43 países podem ser infetadas com a doença. Já em outubro, a OMS apontou Moçambique como um dos países de maior risco.
Fonte: DW África