Em Moçambique, na província de Maputo, um grupo de mulheres manifestou-se em frente ao Hospital Provincial da Matola, denunciando situações como a retirada de úteros sem autorização, desaparecimento de bebés e casos de algodões esquecidos dentro do corpo de parturientes.
As manifestantes lideradas pela Organização de Mulheres Resilientes, se uniram para contestar práticas que consideram desumanas, refletindo uma preocupação crescente com a violência obstétrica, que tem sido reportada por várias mulheres em redes sociais e na mídia. O caso mais emblemático mencionado foi o “caso Leila”, onde uma mulher teve seu útero removido sem consentimento após uma cesariana, enquanto seu bebê foi declarado morto, mas o corpo nunca foi entregue à família. Este caso, em julgamento desde 19 de fevereiro, evidencia a gravidade da situação.
Lodovina Michel, líder da organização também apontou para outras situações alarmantes, como a de uma mulher que não pôde estar presente na manifestação devido a complicações graves após a equipa médica esquecer material cirúrgico dentro do seu corpo durante o parto.
Segundo o censo populacional de 2017, Moçambique registrou uma mortalidade materna de 452 por 100.000 nados vivos, uma das taxas mais altas do mundo. Durante a manifestação, as mulheres exigiram mudanças efectivas no Hospital Provincial da Matola, reclamando por um tratamento digno e pela erradicação da violência obstétrica.
Após o protesto, os manifestantes tiveram a oportunidade de se reunir com a direção do hospital, que se comprometeu a investigar os casos denunciados.
Fonte: Lusa