9 de Março, 2025
Mulheres em Moçambique denunciam violência obstétrica durante manifestação em Hospital 
InternacionalNotícia

Em Moçambique, na província de Maputo, um grupo de mulheres manifestou-se em frente ao Hospital Provincial da Matola, denunciando situações como a retirada de úteros sem autorização, desaparecimento de bebés e casos de algodões esquecidos dentro do corpo de parturientes. 

As manifestantes lideradas pela Organização de Mulheres Resilientes, se uniram para contestar práticas que consideram desumanas, refletindo uma preocupação crescente com a violência obstétrica, que tem sido reportada por várias mulheres em redes sociais e na mídia. O caso mais emblemático mencionado foi o “caso Leila”, onde uma mulher teve seu útero removido sem consentimento após uma cesariana, enquanto seu bebê foi declarado morto, mas o corpo nunca foi entregue à família. Este caso, em julgamento desde 19 de fevereiro, evidencia a gravidade da situação.

Lodovina Michel, líder da organização também apontou para outras situações alarmantes, como a de uma mulher que não pôde estar presente na manifestação devido a complicações graves após a equipa médica esquecer material cirúrgico dentro do seu corpo durante o parto. 

Segundo o censo populacional de 2017, Moçambique registrou uma mortalidade materna de 452 por 100.000 nados vivos, uma das taxas mais altas do mundo. Durante a manifestação, as mulheres exigiram mudanças efectivas no Hospital Provincial da Matola, reclamando por um tratamento digno e pela erradicação da violência obstétrica. 

Após o protesto, os manifestantes tiveram a oportunidade de se reunir com a direção do hospital, que se comprometeu a investigar os casos denunciados. 

Fonte: Lusa

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