7 de Julho, 2025

Terceira paciente recebe rim de porco geneticamente modificado

Towana Looney, uma americana de 53 anos, tornou-se, em novembro, a terceira pessoa no mundo a receber um transplante de rim de porco. Este procedimento ainda está em fase experimental, mas representa um marco significativo na medicina moderna. O anúncio foi feito nesta terça-feira (17) por uma equipe de cientistas dos Estados Unidos.

A paciente, que doou um de seus rins para a mãe em 1999, estava há oito anos em diálise devido a uma complicação durante a gravidez que danificou o rim remanescente. “Sinto que recebi uma segunda chance na vida”, declarou Looney em um comunicado divulgado três semanas após a operação.

Desde 2017, Towana estava na lista de espera para um transplante de rim, mas não conseguiu encontrar um doador compatível. Com a piora de seu estado de saúde, ela foi submetida à cirurgia no dia 25 de novembro, recebendo um rim de porco geneticamente modificado. O procedimento foi realizado no hospital nova-iorquino NYU Langone, reconhecido como pioneiro nesse campo.

Segundo a equipe médica, o procedimento representa “o último avanço promissor de uma prática cirúrgica emergente que se apresenta como a solução para a crise de fornecimento de órgãos”. Os xenotransplantes, uso de células, tecidos e órgãos não humanos em pessoas, têm o potencial de resolver a escassez crônica de doações de órgãos. Actualmente, mais de 100 mil pacientes estão na lista de espera nos Estados Unidos, sendo que mais de 90 mil precisam de um rim.

Avanços na Área de Xenotransplantes

Os avanços na edição genética e no controle da resposta imunológica têm reduzido significativamente os riscos de rejeição, permitindo progressos nesse campo antes considerado ficção científica. A equipe do NYU Langone tem liderado estudos nessa área e foi responsável pelo primeiro transplante de rim de porco em um paciente com morte cerebral em setembro de 2021. Na ocasião, o órgão funcionou por alguns dias.

Em 2024, o transplante de rins de porco foi realizado em outros dois pacientes gravemente doentes,mbos faleceram algumas semanas após o procedimento.

Em 2022, a Universidade de Maryland realizou o primeiro transplante de coração de porco em um ser humano. Apesar do entusiasmo inicial, o paciente morreu dois meses após a cirurgia.

Futuro Promissor e Desafios

Os cientistas acreditam que os xenotransplantes podem revolucionar a medicina, mas ainda há desafios significativos antes que a prática possa ser amplamente adotada. Estudos futuros buscarão aperfeiçoar as técnicas, aumentar a longevidade dos pacientes e avaliar a segurança a longo prazo dos órgãos geneticamente modificados.

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