18 de Abril, 2025

Varíola dos macacos: Primeiros lotes de vacina chegam à RDC

A República Democrática do Congo (RDC), epicentro da epidemia da varíola dos macacos  (Mpox), recebeu nesta quinta-feira, 05 de setembro, o primeiro lote de vacinas contra o vírus. O envio, que chegou ao aeroporto de Kinshasa, faz parte de uma doação da União Europeia (UE) e compreende 99.100 doses de um total de 200.000 que devem chegar ao país ainda esta semana, segundo informações da RFI. Um segundo voo com o restante das doses está previsto para este sábado.

O diretor da Autoridade Europeia de Preparação e Resposta a Emergências Sanitárias, Laurent Muschel, que esteve presente em Kinshasa, destacou que ao todo serão doadas mais de 560.000 doses pela UE e seus Estados-membros. Essas vacinas beneficiarão não só a RDC, mas também outros países africanos impactados pela doença.

As vacinas que chegam à RDC foram produzidas pelo laboratório dinamarquês Bavarian Nordic, e são as únicas aprovadas tanto na Europa quanto nos Estados Unidos para uso em adultos. Ensaios clínicos estão em andamento para permitir o uso em crianças a partir dos 12 anos. Além disso, o Japão autorizou outra vacina contra o Mpox e prometeu enviar uma quantidade significativa de doses à RDC, que, junto com outras nações africanas, deve receber um total de cerca de 3,6 milhões de vacinas.

A situação na RDC é grave. Desde o início do ano, o país registrou mais de 19.000 casos de Mpox e mais de 650 mortes, de acordo com o CDC África, com 62% dos casos afetando crianças. A maioria das mortes, quatro em cada cinco, também ocorreu entre crianças. A região leste da RDC, afetada por conflitos armados, contabilizou mais de 5.000 desses casos.

Apesar das doses recebidas, a RDC enfrenta desafios logísticos significativos para a vacinação em massa, incluindo seu vasto território e a necessidade de armazenar as vacinas dinamarquesas a uma temperatura de -20°C, o equivalente a um congelador comum.

O vírus Mpox, que causa febre, dores musculares e lesões cutâneas, é transmitido de animais para humanos e também pode se propagar entre pessoas. A sua disseminação em 13 países africanos e o surgimento de uma nova variante levaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) a emitir um alerta global de nível máximo.

Com o apoio internacional e o compromisso das autoridades congolesas, a campanha de vacinação está prevista para começar no próximo mês, com a esperança de controlar o surto e proteger a população mais vulnerável.

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