Angola prevê vacinar, pela primeira vez, crianças entre 9 e 12 anos contra o cancro do colo do útero.A campanha de vacinação será lançada em novembro e visa fortalecer o sistema imunológico das crianças, prevenindo a doença causada pelo papilomavírus humano (HPV). O anúncio foi feito nesta segunda-feira (16/9), pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, durante o ato de recepção de vacinas provenientes de um laboratório chinês, certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com a chegada deste lote de vacinas e a previsão de mais doses, será possível imunizar mais de dois milhões de crianças em todo o país. A ministra destacou que o cancro do colo do útero, que afeta principalmente mulheres jovens, registra cerca de 300 novos casos anualmente em Angola.
Para garantir o sucesso da campanha, o Ministério da Saúde estabeleceu uma colaboração com o Ministério da Educação. Essa parceria tem como objetivo sensibilizar a população e assegurar que as crianças sejam vacinadas nas escolas. Segundo a ministra da Educação, Luísa Grilo, professores e diretores escolares desempenharão um papel fundamental na mobilização dos alunos, explicando a importância da vacinação para a prevenção do câncer.
Durante o mês de novembro, uma campanha de sensibilização de sete dias será realizada em mais de 1.500 escolas por todo o país, como parte das ações de educação e prevenção do cancro do colo do útero.
A ministra Sílvia Lutucuta também anunciou que, a partir de 2025, a vacina contra o cancro do colo do útero fará parte do calendário nacional de vacinação, tornando o acesso à imunização permanente para as gerações futuras. Ela fez um apelo às famílias e às igrejas para intensificarem a mobilização e permitirem que as crianças sejam vacinadas nas escolas, além de recomendar às mulheres jovens e adultas a realizarem o rastreio anual da doença.
O cancro do colo do útero é uma doença grave causada pelo HPV, um vírus que pode ser transmitido sexualmente. Este tipo de câncer pode progredir de forma lenta, muitas vezes levando mais de 10 anos para se desenvolver. A infecção pelo HPV pode ser assintomática ou manifestar-se através de lesões em várias partes do corpo, como a vagina, o pénis, o ânus, a laringe e o esófago.
A vacinação e o rastreio precoce são as principais estratégias para prevenir a evolução dessa doença. Com a introdução da vacina, Angola dá um passo crucial para reduzir os índices de incidência e salvar vidas.