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Conjuntivite hemorrágica afetou 230 profissionais do maior hospital do centro de Moçambique
Internacional

As autoridades de saúde da província moçambicana de Sofala anunciaram ontem que um total de 230 profissionais do Hospital Central da Beira (HCB), contraíram conjuntivite hemorrágica desde a eclosão do surto em fevereiro.

“Até o dia de antes de ontem, 19 de março, tivemos um cumulativo de 2.800 casos, destes podemos falar que 10% [total de 230] são profissionais de saúde porque eles não ficaram de fora, apanharam também a conjuntivite hemorrágica, e tivemos um cumulativo de três internamentos por complicações diversas”, disse Ana Tambo, diretora clínica do HCB, maior unidade sanitária do centro do país, em declarações aos jornalistas na cidade da Beira.

A diretora do HCB avançou que, apesar de alguns destes profissionais estarem a regressar aos postos de trabalho, por registarem melhorias, a maioria dos infetados são os afetos aos setores de atendimento e de oftalmologia, onde que os riscos de contaminação são maiores.

“Temos redução do nosso efetivo porque, por exemplo, os colegas que estavam a trabalhar aqui na oftalmologia e no atendimento da conjuntivite todos eles apanharam e tivemos que refazer as nossas escalas”, frisou.

Localmente, o surto de conjuntivite hemorrágica tem vindo a agravar-se, admitiu, ultrapassando os 150 casos por dia, sobretudo na cidade da Beira.

“Estou a falar de 230 profissionais de saúde que apanharam a conjuntivite, mas na medida em que o tempo passa eles também estão a voltar. Só no dia 19 de março, tivemos um registo de 192 novos casos”, apontou.

Ainda assim, desde fevereiro, apenas três pacientes tiveram de ser internados, segundo a diretora clínica do HCB.

“O primeiro caso que internou foi por perfuração da córnea e já está de alta, mas a posteriori poderá precisar de uma cirurgia para reparação. O outro teve úlcera da córnea e já está completamente curado, só vamos fazer o acompanhamento para ver se vai surgir alguma complicação ou não, e o último internou por inflamação intensa. Todos estão fora de perigo”, frisou Ana Tambo.

As autoridades de saúde em Moçambique avançaram recentemente que sete províncias do país, nomeadamente Maputo, Inhambane, Cabo Delgado, Nampula, Niassa, Zambézia e Sofala estão afetadas por este surto de conjuntivite.

O Ministério da Saúde indica ainda que aumentaram para aproximadamente 17 mil os moçambicanos infetados pelo adenovírus que causa a conjuntivite hemorrágica, particularmente nas províncias de Nampula e de Sofala.

Fonte: Lusa

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