A província do Cuanza Norte registrou, na última semana, 40% dos óbitos por cólera, apresentando a maior taxa de letalidade do país até ao dia 19 de Março. A informação foi divulgada pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, nesta quinta-feira, durante uma actualização dos dados sobre a cólera e as acções implementadas para a prevenção da doença.
De acordo com a ministra, até o dia 19 de Março, foram registados um total acumulado de 7.950 casos de cólera em Angola, dos quais 298 resultaram em óbitos. A província do Cuanza Norte lidera o número de casos reportados, com 38% do total, seguida pelas províncias do Bengo e Luanda, ambas com 18%, Benguela com 14% e Malanje com 4%.
Campanha de vacinação e medidas de prevenção
Sílvia Lutucuta destacou que, como parte das acções complementares de resposta à cólera, foi implementada uma campanha de vacinação nos 98 bairros mais afectados pelos municípios de Cacuaco, Sequele, Dande, Úcua, Panguila e Nabuangongo. Até o momento, foram vacinados 925.026 habitantes, o que corresponde a uma cobertura de 86% da população estimada nessas áreas.
A governante informou ainda que Angola solicitou ao Grupo Coordenador Internacional de Vacinas de Emergência a aquisição de 940 mil doses de vacinas, tendo sido autorizada a compra. Posteriormente, o país negociou a aquisição de mais 700 mil doses para as áreas mais afectadas, as quais já se encontram em território nacional desde o dia 17 de Março.
Plano de Contingência e infraestruturas de tratamento
No âmbito do Plano de Contingência para Resposta à Cólera, a ministra referiu que foram instalados 77 Centros de Tratamento de Cólera em todas as áreas mais afectadas, além de 64 Centros de Reidratação Oral. O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEMA) disponibilizou ambulâncias para o transporte de pacientes, com o apoio das forças de Ordem Pública e das Comissões de Moradores.
Situação preocupante no Cuanza Norte
A situação no Cuanza Norte é particularmente preocupante, não só pelo elevado número de casos, mas também pela alta taxa de letalidade. As autoridades de saúde estão a intensificar as acções de vigilância epidemiológica e de sensibilização das comunidades para práticas de higiene e prevenção, visando reduzir a propagação da doença.
Fonte: GTICI/ MINSA