A cólera é uma doença causada pela ação da toxina liberada por dois sorogrupos (O1 e O139) da bactéria Vibrio cholerae. O modo de transmissão dá-se pela presença de alimentos ou água contaminada, também tida como via fecal-oral, os sintomas mais frequentes são diarreia e vômitos, que causam desidratação e podem levar à morte.
Devido às chuvas intensas que causaram inundações e prejuízos ao estado de vida e saúde, grande parte da população no leste da República Democrática do Congo (RDC) vive uma epidemia de cólera com mais de 52mil casos identificados e 462 mortes registradas durante o segundo semestre de 2023. Apesar dos esforços governamentais e não-governamentais, os números de casos de cólera na região têm aumentado e se alastrado até a Zâmbia.
Com o contexto descrito, há uma grande probabilidade desta epidemia adentrar o território angolano tal como ocorreu em 2005 com o Marburg e, por isso, o governo angolano tem adotado ações de saúde pública que demonstram expertise e uma certa eficiência na criação de uma equipe multiministerial que abriu hospitais de campanha e dará início a vacinação contra cólera nas populações fronteiriças, mesmo com a ausência de casos identificados.
Creio que tal ação, feita pelo governo angolano, é de cunho preventivo e há de beneficiar a população de ambos países visto que a grande parte da população de regiões fronteiriças são pendulares. Além disso, é passível lembrar que estas ações podem ser contínuas e (re)adaptadas à longo prazo para que as populações destas regiões tenham acesso à saúde de qualidade e que beira à excelência.
O melhor método de cuidado, para todos nós e os que amamos, ainda é a prevenção.
Artigo de Óscar Paulo.
Óscar Paulo JR, graduando de Medicina e monitor de Habilidades Clínicas na SLMANDIC – Faculdade São Leopoldo Mandic.
Presidente da Liga de Medicina Intensiva da SLM – Campinas (Dez. 2021 – Jan. 2023)
Tesoureiro da Liga de Cardiologia da SLM – Campinas (Jan 2021 – Jan 2023).
Voluntário e diretor do GEPE da Change 1’s Life AO (2020-2021).