A ministra da Saúde , Sílvia Lutucuta, anunciou nesta quarta-feira, 17, que o ministério prevê contratar anualmente, até 2027, 8 mil novos profissionais de saúde, incluindo médicos, desde que as condições financeiras o permitam. Esta declaração foi dada em entrevista à agência de notícias Lusa.
“O compromisso do Estado e do Governo é, sempre que as condições financeiras permitirem, fazer novos concursos públicos. Nós agora estamos a fazer admissão de uma quota adicional de cerca de 5 mil profissionais, mas é garantido que, até ao final do ano, vamos admitir mais. Mas o objetivo é, até 2027, admitir anualmente 8 mil novos profissionais, em que os médicos são incluídos”, afirmou Lutucuta.
A entrevista ocorreu à margem do Fórum Euro-África, organizado pela associação Conselho da Diáspora Portuguesa, realizado nos dias 15 e 16 de julho em Carcavelos, nos arredores de Lisboa.
A ministra destacou que o seu ministério está desenvolvendo um “plano ambicioso de especialização de profissionais de saúde de todas as carreiras”. A mesma revelou que a meta é especializar cerca de 38.000 profissionais de saúde até 2027.
Com essas novas admissões, Angola espera aproximar-se do rácio recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de dez médicos por 10 mil habitantes. Atualmente, o país possui apenas 2,48 médicos por 10 mil habitantes, conforme o anuário sanitário de Angola de 2021.
A ministra defendeu os avanços realizados pelo país no setor da saúde, contrapondo as críticas sobre a falta de medicamentos, reagentes laboratoriais e recursos humanos feitas por pacientes, familiares e pelo Sindicato Nacional dos Médicos Angolanos (Sinmea). a mesma enfatixou os progressos nas infraestruturas, organização do sistema de saúde, recursos humanos e na assistência médica, o que se reflete na redução das taxas de mortalidade materna e infantil, apesar dos desafios contínuos, como a malária.
A ministra também ressaltou os impactos da pandemia de COVID-19, afirmando que todos os países, incluindo Angola, ainda enfrentam consequências econômicas graves.
Questionada sobre a possibilidade de contratar médicos estrangeiros para reforçar o sistema de saúde angolano, Sílvia Lutukuta preferiu destacar um “processo ambicioso de formação de quadros”, mencionando a colaboração com diversas nacionalidades e a cooperação Europa-África. A ministra mencionou a histórica relação com Portugal e a parceria com o Brasil, bem como outros países, para este processo de formação.
“Para este processo nós vamos trabalhar com várias nacionalidades. E até nesta cooperação Europa-África teremos benefícios. Já temos uma relação histórica com Portugal, vamos reforçar. Estamos a trabalhar também com o Brasil e profissionais daqui e de outros países. Contamos com parceiros estratégicos, como Portugal e outros”, concluiu a ministra.
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