Foi descoberto um mecanismo que pode trazer novidades em relação à perda de massa muscular no envelhecimento. Em causa estão alterações na estrutura química de proteínas. No estudo, que foi publicado na revista Nature Communications, participam dois investigadores portugueses.
A perda de massa muscular é um dos primeiros sinais de envelhecimento. Tem impacto na qualidade de vida dos idosos, uma vez que leva a um aumento de quedas e de fraturas.
O desenvolvimento de tratamentos para atrasar ou inverter a perda da função muscular no envelhecimento estão condicionados devido à dificuldade em compreender os mecanismos celulares da sarcopenia, doença que leva a uma perda significativa de massa muscular, explica a Universidade de Aveiro, em comunicado.
A investigação teve como modelo a mosca da fruta, uma vez que é um dos modelos com o genoma mais semelhante ao do Ser Humano.
O estudo, agora publicado na revista Nature Communications, mostra que uma alteração na estrutura química das proteínas – acetilação N-terminal – protege da perda de função muscular associada ao envelhecimento.
De acordo com os investigadores, citados na nota, ao proteger as proteínas da degradação, “protege também da perda de função muscular associada ao envelhecimento”.
Os autores do estudo “manipularam um conjunto específico de genes” para compreender o mecanismo pelo qual a acetilação N-terminal protege as proteínas de se degradarem.
No comunicado, a Universidade de Aveiro salienta que as descobertas são “relevantes” porque “os mecanismos celulares descritos estão também presentes em linhas celulares humanas“.
A equipa de investigadores é composta pelos portugueses Rui Martinho, investigador do Instituto de Biomedicina (iBiMED) da Universidade de Aveiro, e Rui Silva, investigador do Algarve Biomedical Center Research Institute (ABC-RI, Universidade do Algarve), em colaboração com Sylvia Varlad e Thomas Arnesen, da Universidade de Bergen, na Noruega.