Aos jornalistas, o director-geral de Medicina Legal do Serviço de Investigação Criminal (SIC) informou que Angola conta apenas com 20 médicos legistas, dos quais 17 nacionais e 3 expatriados, para atender os cerca de 35 milhões de habitantes do território nacional. Aurélio Rodrigues considerou “insuficiente” o número de médicos legistas para uma cobertura satisfatória de todo o território nacional, salientando que o país, nesta altura, necessita de, pelo menos, 144 médicos de especialidade.
Apenas 15 das 18 províncias do país dispõem de médicos legistas. Cuando Cubango, Zaire e Uíge, por não disporem de tais serviços, contam com o apoio da Direcção Nacional.
A província de Luanda conta apenas com seis médicos legistas, número insuficiente para as necessidades da capital angolana, que regista, diariamente, 150 pedidos destes serviços.
Para os casos de Tanatologia (estudo científico das causas de morte), a média de pedidos em Luanda ronda os 18 casos diários, atingindo 35 nas horas e dias de pico.
Nesta altura, estão em formação mais de dez especialistas nos sectores da Anatomia Patológica Forense, Odontologia e Psicologia Forense. A Medicina Legal é uma especialidade médica e jurídica que utiliza o conhecimento científico e técnico da Medicina para o esclarecimento de factos de interesse da Justiça.
Este é o contributo que se espera do Instituto Forense de Medicina Legal em construção no país, que deve ser inaugurado até finais deste ano.
Empreiteiro exterioriza satisfação
O administrador da Scontrading, empresa construtora do primeiro Instituto de Anatomia Forense no país, Victor Viana, manifestou satisfação pela visita do Chefe de Estado às obras, salientando que o gesto permitiu desbloquear alguns “constrangimentos”, sobretudo, relacionados com a situação financeira.
“Precisávamos mesmo da visita do Presidente da República para dar outro impulso às obras e, também, resolver constrangimentos relativos à situação financeira que, na verdade, já está a ser ultrapassada no trabalho que estamos a desenvolver com os ministérios da Saúde e das Finanças”, esclareceu.
Victor Viana referiu que, caso não se verifiquem outros constrangimentos, a previsão da entrega da empreitada, orçada em mais de 8 mil milhões de kwanzas, em Novembro deste ano. O projecto comporta a construção do Centro de Anatomia Forense, áreas de várias especializações, laboratórios de estudos judiciais e de cadáveres, área de conservação, identificação e armazenagem, equipada com 200 gavetas, incluindo crematório, entre outros serviços sociais.
Fonte: JA