A maioria das morgues construídas nas unidades hospitalares dos municípios da província de Luanda encontra-se em estado deplorável, declarou, terça-feira, na capital do país, o Presidente da República, João Lourenço.
“Os municípios de Luanda têm as morgues num estado inadequado e lastimoso”, afirmou o Presidente João Lourenço, no balanço feito aos jornalistas das visitas de campo efectuadas, esta terça feira, ao Hospital dos Cajueiros (município do Cazenga) e às obras do Instituto de Anatomia Forense da Camama, que estão a ser erguidas junto do Centro de Produção da Televisão Pública de Angola (TPA).
O Chefe de Estado referiu que, enquanto não for revertida a situação das morgues instaladas nas unidades hospitalares de Luanda, o Instituto de Anatomia Forense da Camama poderá, depois de concluído (Novembro deste ano), cobrir, igualmente, e em grande medida, o papel de morgue (conservação de cadáveres).
João Lourenço disse, ainda, que a ideia do Instituto vir a desempenhar, também, o papel de morgue está, sobretudo, assente no grande número que terá de gavetas de conservação de cadáveres (mais de 200).
O Presidente da República considerou, igualmente, o Instituto uma unidade científica não apenas virada para a formação, mas para assegurar as necessidades da Polícia sempre que houver mortes por esclarecer.
As obras registam uma execução física de 14 por cento. O Chefe de Estado orientou que se imprimisse maior celeridade e reconheceu haver lentidão na execução financeira.
“É regra geral que, quando o ritmo de execução física está lento, é porque a realização financeira está atrasada”, observou o Presidente da República.
“Vamos acertar o passo para garantir a conclusão das obras nos próximos meses. O empreiteiro deu-nos a garantia de que em menos de um ano conclui a obra, desde que o Executivo honre com a execução financeira”, indicou o Chefe de Estado.
Poucos quadros especializados
O Presidente João Lourenço reconheceu a escassez de recursos humanos no país em todos os domínios e, no caso concreto do Ministério da Saúde, em todas as especialidades, no final da visita às obras do futuro Instituto de Anatomia Forense da Camama. O Chefe de Estado avisou, entretanto, que a carência de quadros não deve constituir factor impeditivo para que se prossiga com os investimentos na construção de infra-estruturas.
“A construção de infra-estruturas leva o seu tempo e enquanto isso, em simultâneo, devemos continuar com o investimento na formação do homem”, afirmou o Presidente da República, manifestando-se optimista de que chegará o momento em que o país vai ter quadros suficientes para cobrir as lacunas, ainda, existentes.
A área de Medicina Legal no país apresenta alguns constrangimentos, desde o défice de recursos humanos, infra-estruturas adequadas para o exercício cabal da profissão, questões relacionadas com as condições de trabalho, entre outras.
Fonte: Angop