África registrou um total de 110.089 casos de cólera e 2.307 mortes desde o início de 2025, segundo dados divulgados pelos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África), agência de saúde pública da União Africana (UA). O número de infecções em menos de cinco meses já superou o total documentado em todo o ano de 2024, indicando uma escalada preocupante da doença.
Comparativo Anual
- 2023: ~109.000 casos
- 2024: 93.376 casos
- 2025 (após 5 meses): 110.089 casos
Jean Kaseya, director-geral do CDC África, alertou para a gravidade da situação: “Em 2025, temos 110.000 casos só nos primeiros cinco meses. A gravidade da situação levou a agência a convocar uma reunião de emergência do Grupo Consultivo, agendada provisoriamente para o final de maio, com o objetivo de avaliar a crise e definir estratégias de combate.
Angola entre os países mais afectados
A doença demonstra uma prevalência particularmente alta em quatro países do continente: Angola, Sudão do Sul, República Democrática do Congo (RDCongo) e Sudão. Juntos, estes países representam cerca de 83% de todas as infecções e 92% das mortes registadas no continente em 2025.
A situação em Angola é especialmente crítica e preocupante devido à sua alta taxa de mortalidade, estimada em aproximadamente 3,0%. Desde 7 de janeiro, o país lamenta a perda de 630 vidas em decorrência da cólera, com um total de 21.084 casos confirmados. Em Moçambique, outro país da África Austral, a doença já causou 57 mortes desde outubro de 2024, com quase 3.600 infecções.
Causas e Prevenção
A cólera é uma doença diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados pela bactéria Vibrio cholerae. A sua propagação está intrinsecamente ligada a condições precárias de saneamento básico e ao acesso limitado a água potável.
A doença manifesta-se através de diarreia aquosa severa e pode levar a quadros de morbidade e mortalidade significativos, dada a sua rápida disseminação em ambientes com alta exposição, populações vulneráveis e condições ambientais desfavoráveis.
Fonte: Lusa