28 de Janeiro, 2025
Comunicação eficaz com o médico aumenta resultado e autoconfiança de pacientes com dor crônica
Estudo

Lidar com a dor crônica, uma condição persistente que dura mais de três meses, pode ser complexo e desafiante tanto para pacientes quanto para médicos. A dor crônica afeta milhões de pessoas e impacta significativamente a qualidade de vida, gerando angústia, ansiedade e incerteza. Um estudo de pesquisadores da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, nos Estados Unidos, investigou como a comunicação entre médico e paciente pode ajudar no manejo dessas dificuldades, revelando que uma comunicação eficaz pode melhorar a forma como os pacientes enfrentam sua condição.

O Impacto da Comunicação no Tratamento da Dor Crônica

A pesquisa focou em adultos com dor crônica no pescoço ou nas costas e destacou como a interação entre médico e paciente na consulta inicial pode ajudar a gerenciar medos e ansiedades. De acordo com  Charee Thompso, líder do estudo, a comunicação médica eficaz alivia sentimentos negativos de incerteza e aumenta a confiança dos pacientes na capacidade de lidar com a dor.

Competência Informacional e Socioemocional

O estudo apontou dois pilares fundamentais na comunicação entre médicos e pacientes:

  1. Competência Informacional: Refere-se à habilidade dos pacientes em descrever os sintomas com clareza e entender as explicações e orientações dos médicos. Por outro lado, envolve também os médicos fazendo perguntas precisas e verificando se os pacientes compreendem as informações.
  2. Competência Socioemocional: Envolve a criação de um relacionamento baseado em confiança e apoio emocional. Os pacientes precisam se sentir ouvidos e apoiados, o que aumenta a satisfação e fortalece o vínculo com o médico.

Esses elementos ajudam a diminuir a angústia e a aumentar sentimentos de esperança e autoconfiança no manejo da dor.

O Papel da Comunicação na Redução da Incerteza

Utilizando a teoria de gerenciamento de incerteza, o estudo observou que as pessoas lidam de formas diferentes com informações sobre suas condições de saúde. Alguns pacientes buscam informações para aliviar a ansiedade, enquanto outros evitam certos detalhes para manter esperanças. Quando os médicos se comunicam de forma clara e compreensível, os pacientes se sentem mais seguros e conseguem enfrentar a dor com maior resiliência.

Para melhorar a experiência do paciente, é crucial que médicos e pacientes alinhem suas expectativas sobre exames, medicamentos e opções de tratamento. A pesquisa mostrou que a satisfação e confiança dos pacientes aumentam quando médicos superam suas expectativas na coleta de histórico e na tomada de decisão compartilhada. A comunicação aberta e honesta ajuda a esclarecer o que esperar do tratamento, criando um ambiente de suporte e colaboração.

As descobertas reforçam que, além das habilidades do médico, a comunicação do paciente também tem um papel fundamental. Pacientes informados e ativos na conversa podem descrever melhor seus sintomas e expectativas, o que facilita o processo de diagnóstico e tratamento. A consulta inicial é um ponto de partida para uma longa jornada, e ao aprender a expressar suas preocupações, o paciente pode sentir maior controle sobre a própria saúde.

Para Thompson, é essencial capacitar os pacientes com as ferramentas e informações necessárias para comunicar seus sintomas e aprender a lidar com a natureza incerta da dor. O aprendizado sobre terapias, como a terapia cognitivo-comportamental, pode ajudar a reduzir o estresse e promover um enfrentamento mais saudável.

O estudo mostra que uma comunicação médico-paciente bem-sucedida vai além das informações clínicas: ela acolhe, apoia e fortalece. Dar voz ao paciente é o primeiro passo para uma jornada mais empoderada no enfrentamento da dor crônica.

Por: Humberto Serviço

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