O Glaucoma é definido como um conjunto de distúrbios oculares, caracterizado pela lesão progressiva do nervo óptico (frequentemente, mas nem sempre, associado à pressão ocular elevada), que pode levar a uma perda irreversível da visão. O Glaucoma permanece um preocupante problema de saúde pública, sendo a segunda principal causa de cegueira no mundo depois da catarata. Estima-se, inclusive, que o número de pessoas com Glaucoma no mundo aumente para 111 milhões em 2040, com os continentes africano e asiático a serem os mais afectados.
O Glaucoma não apresenta sintomas nos seus estágios iniciais e, na verdade, metade das pessoas que sofrem com a doença não sabe que a tem. A realização de exames oftalmológicos regulares pode ajudar a detectar o Glaucoma antes de perder a visão, principalmente para quem apresenta factores de risco.
Como principais factores de risco relacionado com o Glaucoma podemos apontar: ter mais de 40 anos, ser de origem africana, hispânica e asiática, ter pressão ocular alta e familiares com glaucoma, ser míope, usar medicamentos esteróides a longo prazo, ter córneas finas no centro. As pessoas que apresentem alguns destes factores de risco devem consultar um oftalmologista.
Nelson Varela Moreno, Director Clínico do Centrooptico, destacou os principais tipos de Glaucoma.
Os principais tipos de Glaucoma são o Glaucoma de Ângulo Aberto e o Glaucoma de Ângulo Fechado. O primeiro é o tipo mais comum e evolui gradualmente, em que o olho não drena o líquido tão bem quanto deveria. Como resultado, a pressão ocular aumenta e começa a danificar o nervo óptico. Este tipo de Glaucoma é indolor e não causa alterações na visão no início.
Já o Glaucoma de Ângulo Fechado manifesta-se quando ocorre um ataque agudo, existindo um bloqueio rápido da passagem do líquido, um aumento da pressão e perda de visão. Os sinais de alerta são quando a visão se torna embaçada de forma repentina e existe dor ocular intensa, dor de cabeça, náuseas e vómitos. É uma verdadeira emergência ocular, e deve-se consultar o oftalmologista imediatamente, para não correr o risco de ficar cego.
Segundo Nelson Varela Moreno, Director Clínico do Centrooptico explica que, a prevenção é fundamental, por isso, é importante a realização regular de consultas de oftalmologia, para que o médico avalie os olhos e, em caso de suspeita de Glaucoma, faça uma avaliação oftalmológica. Esta avaliação consiste na realização de exames oftalmológicos, complementares entre si, que permitem um diagnóstico preciso do Glaucoma: medição da pressão ocular, avaliação do nervo óptico, teste de campo visual, gonioscopia e avaliação da espessura da córnea.
O avanço do Glaucoma pode ser parado?
O dano do glaucoma é permanente e não pode ser revertido, no entanto, o tratamento clínico com recurso a colírios, para baixar a pressão ocular, a cirurgia a laser ou outras cirurgias mais profundas, podem evitar danos maiores.
Os colírios são normalmente a primeira opção de tratamento do glaucoma, pois são fáceis de utilizar e não necessitam de intervenção invasiva. No entanto, estes colírios têm de ser utilizados todos os dias para garantir que a pressão intraocular se encontra bem regulada e, tal como qualquer medicamento, pode ter efeitos secundários, sendo muito importante que se realize uma consulta de oftalmologia de acordo com as necessidades de tratamento de cada utente.
Tratar o Glaucoma com sucesso é um esforço de equipa, entre o utente e o seu oftalmologista. Só o oftalmologista pode avaliar quais os procedimentos mais adequados para cada situação, cabendo ao utente seguir todas as indicações para evitar o agravamento da doença.
O Dia Mundial do Glaucoma é comemorado no dia 12 de março. É um evento instituído e promovido pela World Glaucoma Association (WGA) e pela World Glaucoma Patients Association (WGPA) que é celebrado desde 2008.
Nelson Varela Moreno
Director Clínico do Centrooptico
Fonte: Foco Saúde//