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OMS: Uma em cada seis pessoas cegas no mundo vive em África
ÁfricaInternacional

O Escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África revelou, nesta sexta-feira, que uma em cada seis pessoas cegas em todo o mundo vive no continente africano, além de 26 milhões de africanos que enfrentam algum grau de deficiência visual. O alerta surge em meio a preocupações sobre a falta de recursos financeiros e a concentração de serviços de saúde ocular em áreas urbanas, o que compromete os avanços na prevenção e tratamento de problemas visuais.

Apesar dos progressos feitos na integração da saúde ocular aos serviços de saúde primários em muitos países africanos, a OMS destacou que a escassez de financiamento e a falta de sensibilização da comunidade continuam a ser grandes obstáculos. “Uma em cada seis pessoas cegas em todo o mundo vive em África, juntamente com 26 milhões de outras que lutam com algum grau de deficiência visual”, reiterou a organização, lamentando a insuficiência de intervenções eficazes no continente.

As estatísticas são alarmantes: apenas 14% das pessoas que precisam de cirurgias às cataratas têm acesso a esse tratamento. Além disso, mais de 80% dos africanos que sofrem de miopia não recebem qualquer forma de cuidado. A situação agrava-se com o facto de apenas 12% das pessoas que necessitam de óculos ou intervenções cirúrgicas para corrigir a visão turva serem atendidas. Isso gera um impacto econômico significativo para os países africanos, estimado em 14,3 mil milhões de dólares anuais, devido aos erros refrativos não corrigidos e às cataratas.

Ainda que desafios persistam, como o envelhecimento populacional e os estilos de vida pouco saudáveis, a OMS assinalou algumas conquistas na redução da perda de visão causada por deficiência de vitamina A, oncocercose e tracoma. Contudo, os problemas emergentes de saúde ocular continuam a crescer, impulsionados por doenças não transmissíveis e outras condições relacionadas ao envelhecimento.

Em resposta, a OMS tem trabalhado para apoiar os países africanos na integração de cuidados oftalmológicos nos serviços primários de saúde, dentro do objetivo de alcançar uma cobertura universal de saúde. “Com recursos humanos extremamente limitados, a realização de cuidados oftalmológicos integrados centrados nas pessoas exige intervenções inovadoras, envolvimento comunitário e coordenação intersetorial”, destacou o relatório.

Com este apoio e novas iniciativas, a OMS espera que, até o final da década, um número significativo de africanos tenha acesso a cuidados oftalmológicos adequados, ajudando a melhorar a qualidade de vida e reduzir os custos associados à perda de visão não tratada no continente.

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