A aquisição da vacina já está prevista no plano do ministério. A mesma é oral, pode ser administrada apartir de dois anos de idade, com uma eficácia de 85 porcento.
Angola está no nível dois de alerta máxima de vigilância da cólera, devido ao surgimento de casos nas zonas fronteiriças, informou esta terça-feira, em Luanda, a directora nacional de Saúde Pública, Helga Freitas .
Helga Freitas fez esse esclarecimento durante um encontro interministerial sobre o plano de contingência de combate à cólera, orientado pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.
A directora explicou que o nível dois significa que Angola ainda não regista casos de cólera, mas que deve estar em alerta e criar estratégias de preparação e prevenção em caso de surgimento da doença.
Segundo a directora, o nível três resulta da confirmação efectiva de casos de cólera, como é o caso da Zâmbia e da República Democrática do Congo (RDC), países que fazem fronteira com Angola.
“A RDC e a Zâmbia fazem fronteira com Angola e, neste momento, estão com um surto de cólera que está numa rápida propagação. Por isso, estamos reunidos com a Comissão Nacional Multisectorial de Luta Contra a Cólera, para definir estratégias para uma resposta oportuna ao eventual surgimento de cólera no país”, expressou.
Como acção do programa de contingência, avançou que estão a reforçar o nível de vigilância em todas as províncias que fazem fronteira com esses dois países, assim como uma maior preparação e formação dos técnicos.
Realçou que o Ministério da Saúde está a posicionar kit´s de emergência médica ao longo da fronteira e a trabalhar com os ministérios da Energia e Águas e do Interior.
“Um dos meios de transmissão desta doença é através da água contaminada e do consumo de alimentos não tratados, por isso, faz parte dessa comissão o Ministério da Energia e Águas”, explicou.
Vacina contra cólera
De acordo com a especialista, já existe vacina contra a cólera, mas, por ser uma produção limitada, Angola só poderá ter acesso se tiver registo de algum caso.
A vacina é usada com o objectivo de prevenir a infecção pela bactéria Vibrio cholerae, que é o microrganismo responsável pela doença, que pode ser transmitida de pessoa para pessoa ou através do consumo de água ou alimentos contaminados, resultando em diarreia severa e perda de muito líquido.
“A vacina não esta incluída no calendário de vacinação, sendo apenas indicada em situações específicas. Dessa forma, é importante investir em medidas de prevenção, como a higienização adequada das mãos e dos alimentos antes do preparo e consumo”, aconselhou .
Salientou que faz parte do calendário vacinal do país, a vacina rotavírus que previne doenças diarreicas e se dá as crianças com até nove meses.
Situação da cólera na Zâmbia e RDC
De acordo com a responsável, a situação é preocupante a nível da região da SADC. Dos países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, apenas Angola, Namíbia, Lesoto, Seychelles, Kumores e Madagascar não notificaram casos de cólera .
O surto na Zâmbia decorre desde 2023 e intensificou-se no mês de Janeiro do ano corrente, com o registo de cerca de sete mil casos e aproximadamente quatrocentos óbitos.
A média de casos na Zâmbia é de cerca de quatrocentos casos diários.
A RDC, também com um surto desde 2023, tem um acumulado de 42 mil casos.
Fonte: Angop